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Sobre Morgan Rice

Morgan Rice é a autora número 1 do bestseller THE VAMPIRE JOURNALS (MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO), uma série para jovens adultos composta de onze livros (até o momento); da série bestseller número 1 THE SURVIVAL TRILOGY (A TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA), um thriller pós-apocalíptico com dois livros até o momento; e  bestseller da série de fantasia épica número 1 THE SORCERER’S RING (O ANEL DO FEITICEIRO), formado até agora por treze livros.

Os livros de Morgan estão disponíveis em edições de áudio e edições impressas e traduções dos livros podem ser encontradas em alemão, francês, italiano, espanhol, português, japonês, chinês, sueco, holandês, turco, húngaro, tcheco e eslovaco (com mais línguas por virem).

TRANSFORMADA (Livro Nº1 da série Diários de um Vampiro), ARENA UM (Livro Nº1  da série Trilogia de Sobrevivência) e EM BUSCA DE HERÓIS (Livro Nº1  da série O Anel do Feiticeiro) estão disponíveis gratuitamente!

Morgan quer ouvir a sua opinião, então, por favor, sinta-se à vontade para visitar seu website www.morganricebooks.com para fazer parte da lista de e-mails, receber um livro de graça, ganhar brindes, baixar o novo aplicativo, ficar por dentro das últimas novidades exclusivas, conectar ao Facebook e Twitter e manter contato!

Crítica selecionada sobre MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO

“Rice faz um ótimo trabalho ao trazer o leitor para dentro da história desde o início, usando uma incrível qualidade descritiva que transcende a mera pintura do cenário… Bem escrito e extremamente rápido de ler.”

--Black Lagoon Reviews (sobre Transformada)

“Um história ideal para jovens leitores. Morgan Rice fez um ótimo trabalho tramando uma inesperada reviravolta… Inovador e único. A série acontece em torno de uma garota… uma incrível garota!… Fácil de ler, mas de ritmo extremamente acelerado. Apropriado para maiores de 12 anos.”

--The Romance Reviews (sobre Transformada)

“Prendeu minha atenção desde o início e não deixou mais escapar… Esta história é uma aventura incrível, de ritmo intenso e cheia de ação desde o início. Não há um momento entediante sequer.”

--Paranormal Romance Guild  (sobre Transformada)

“Cheio de ação, romance, aventura e suspense. Ponha as suas mãos nesse e se apaixone mais uma vez.”

--vampirebooksite.com (sobre Transformada)

“Uma trama incrível e é especialmente o tipo de livro difícil de parar de ler à noite. O suspense do final é tão espetacular que imediatamente você vai querer comprar o livro seguinte, só para ver o que acontece.”

--The Dallas Examiner {sobre Loved}

“TRANSFORMADA é um livro que pode competir com CREPÚSCULO e DIÁRIOS DO VAMPIRO, e fará com que você queira continuar lendo até a última página! Se você gosta de aventura, amor e vampiros, este é o livro para você!”

--Vampirebooksite.com (sobre Transformada)

“Morgan Rice prova mais uma vez que é uma talentosa contadora de histórias… Agradará uma grande variedade de público, incluindo jovens fãs do gênero vampiro/fantasia. Termina em um surpreendente suspense que o deixará impressionado.”

--The Romance Reviews (sobre  Amada)

“O ANEL DO FEITICEIRO possui todos os ingredients para um sucesso instantâneo: tramas, conspirações, mistério, cavaleiros valentes e relacionamentos que florescem repletos de corações partidos, decepções e traições. Ele o manterá entretido por horas e satisfaz todas as idades. Recomendado para a biblioteca permanete de todos leitores de fantasias.”

Books and Movie Reviews, Roberto Mattos
Livros de Morgan Rice

O ANEL DO FEITICEIRO

EM BUSCA DE HERÓIS (Livro nº1)

UMA MARCHA DE REIS (Livro nº2)

UM DESTINO DE DRAGÕES (Livro nº3)

UM GRITO DE HONRA (Livro nº4)

UM VOTO DE GLÓRIA (Livro nº5)

UMA CARGA DE VALOR (Livro nº6)

UM RITO DE ESPADAS (Livro nº7)

UM ESCUDO DE ARMAS (Livro nº8)

UM CÉU DE FEITIÇOS (Livro nº9)

UM MAR DE ESCUDOS (Livro nº10)

UM REINADO DE AÇO (Livro nº11)

UMA TERRA DE FOGO (Livro nº12)

UM GOVERNO DE RAINHAS (Livro nº 13)

UM JURAMENTO DE IRMÃOS (Livro nº 14)

UM SONHO DE MORTAIS (Livro nº 15)

UMA JUSTA DE CAVALEIROS (Livro nº 16)

O PRESENTE DA BATALHA (Livro nº 17)

A TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA

ARENA UM: COMERCIANTES DE ESCRAVOS (Livro 1)

ARENA DOIS (Livro 2)

MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO

TRANSFORMADA (Livro 1)

AMADA (Livro 2)

TRAÍDA (Livro 3)

DESTINADA (Livro 4)

DESEJADA (Livro 5)

COMPROMETIDA (Livro 6)

VOWED (Livro 7)

ENCONTRADA (Livro 8)

RESSUSCITADA (Livro 9)

COBIÇADA(Livro 10)

PREDESTINADA (Livro 11)

Faça o download dos livros de Morgan Rice agora mesmo!
Ouça a série MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO no formato de audio book!

Direitos reservados© 2012 por Morgan Rice

Todos os direitos reservados. Exceto como permitido pela lei de Direitos Autorais dos EUA de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida por nenhuma forma ou meio, ou armazenada em banco de dados ou em sistemas de recuperação, sem a permissão prévia do autor.

Este e-book está disponível somente para seu uso pessoal. Este e-book não deve ser revendido nem doado a outras pessoas. Se você quiser compartilhar este livro com outra pessoa, por favor, adquira uma cópia adicional para cada um. Se você está lendo este livro e não pagou por ele, ou se este não foi comprado apenas para seu uso pessoal, por favor, devolva-o e adquira seu próprio exemplar. Obrigado por respeitar o trabalho deste autor.

Este é um trabalho fictício. Nomes, personagens, empresas, organizações, locais e incidentes são frutos da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.

 
“Oh! Que noite abençoada! Tenho medo,
de um sonho,
lisonjeiro em demasia para ser realidade.”
 
—William Shakespeare, Romeu e Julieta


CAPÍTULO UM

Caitlin Paine acelerou pela West Side Highway, determinada a chegar aos Cloisters antes que fechasssem. Sua mente girava enquanto ela refletia sobre todos os problemas que estavam cercando Scarlat – problemas que nenhuma adolescente deveria ter. Scarlet estava se transformando, Caitlin tinha certeza disso. Ela não era mais um mero ser humano e, a cada dia que passava, ela estava piorando. Caitlin sentiu que sua filha estava se tornando o que ela mesma, Caitlin, uma vez havia sido: um vampiro.

É claro que Caitlin não tinha nenhuma memória sobre ser um vampiro; mas, pelo que ela havia lido no diário encontrado em seu sótão – seu diário de vampiro – ela sentia que tudo fora real. Se o jornal fosse verdade, e ela sentiu que sim, então, uma vez ela havia sido um, muito tempo atrás; e, de alguma forma, ela havia acabado ali, no presente, com uma vida normal, uma família normal e sem memórias sobre sua vida anterior.

A única coisa diferente era que sua família estava longe de ser normal. Sua vida estava longe de ser normal. Sua filha, de alguma forma, estava se tornando o que ela mesma era anteriormente.

Caitlin desejou, pela milionésima vez, que ela nunca tinha encontrado o diário. Sentia que a descoberta fora como abrir a caixa de Pandora, foi o que havia suscitado aquele desfile de pesadelos. Ela desejou desesperadamente que pudesse simplesmente fazer tudo voltar ao normal.

Ela precisava de respostas. Precisava saber, ter certeza, que tudo era verdadeiro. Já que ela não podia forçar as coisas a voltarem ao normal, então ela precisava, pelo menos, saber mais sobre o que estava acontecendo com Scarlet. E descobrir se havia alguma maneira de impedir isso.

Enquanto dirigia, Caitlin pensou novamente sobre os livros raros que tinha encontrado em sua biblioteca. Acima de tudo, ela pensava sobre aquele volume raro e sua página rasgada. Pensou em sua antiga cerimônia, aquela em latim, com a sua cura para o vampirismo. Ela se perguntou de novo se aquilo seria real. Ou era apenas um antigo folclore? Um conto da carochinha?

Qualquer estudioso conceituado, é claro, diria que sim. E uma parte dela também queria ignorá-lo. Mas outra parte estava agarrada a ele, agarrada a esta última esperança para salvar Scarlet. Pela milionésima vez, ela se perguntava como poderia encontrar a outra metade daquela página. Ela vinha de um dos livros mais raros existentes e, mesmo que ela pudesse, de alguma forma, conseguir rastrear outra cópia, quais eram as chances de a outra metade da página estar lá? Afinal de contas, a página tinha sido arrancada, provavelmente para escondê-la. Mas de quem? De que? O mistério só aprofundava em sua mente.

 

Ela tentou se concentrar em seu próprio diário, sua própria caligrafia de séculos atrás, em sua descrição do clã de vampiros sob os Cloisters. Ela havia escrito sobre uma câmara secreta que conduzia ao clã, lá em baixo, em um andar subterrâneo. Ela precisava saber se era real. Se havia algum sinal, qualquer sinal, para então autenticar tudo aquilo em sua mente, isso lhe permitiria seguir confiante. Mas, se não houvesse nenhum sinal ali, então ela não acreditaria mais em seu diário.

Caitlin saiu da estrada e percorreu o Fort Tryon Park, que a levou para a entrada principal do Cloisters. Ela dirigiu por uma rampa estreita e sinuosa e, finalmente, estacionou diante daquela estrutura maciça.

Quando ela saiu do carro, ela parou e olhou para cima; por alguma estranha razão, o lugar lhe parecia surpreendentemente familiar, como se houvesse sido um local importante em sua vida. Ela não conseguia entender o porquê, pois, até onde ela sabia, ela só tinha visitado ali uma ou duas vezes. A menos, é claro, que tudo em seu diário de vampiro fosse verdade. O que ela estava sentindo era real? Ou era tudo apenas uma ilusão?

Ela atravessou o portal da frente em forma de arco, chegou a estrutura medieval de pedra, depois atravessou uma longa rampa e um corredor longo e estreito. E então ela finalmente chegou na entrada principal, onde pagou uma taxa e se dirigiu por um corredor. Ela passou por um pequeno pátio à sua direita com fileiras de arcos de pedra, dentro dos quais se via um jardim medieval. As folhas caídas brilhavam. Era uma tarde de semana e o local estava quase vazio, ela se sentia como se aquele lugar fosse todo seu.

Isto é, até que ela escutou a música. No início, era apenas uma voz e, em seguida, várias vozes. Cantando. Um canto antigo de um pequeno coro. Ela não conseguia entender se era ao vivo ou uma gravação, enquanto permanecia ali, paralisada, ouvindo as vozes celestiais ecoando por todo o pequeno castelo. Ela se sentiu transportada, como se tivesse chegado em outro lugar e tempo.

Ela sabia que tinha uma missão a cumprir, mas ela tinha que ver de onde aquela música estava vindo. Ela entrou em outro corredor e seguiu o som. Passou por uma pequena porta medieval, arqueada e então se viu em uma capela, com tetos altos e vitrais. Ali estava, para sua surpresa, um coro de seis cantores, homens e mulheres mais velhos, vestidos interiamente com vestes brancas. Eles estavam diante de uma sala vazia, olhando para as partituras enquanto cantavam.

Cantos gregorianos. Caitlin viu a placa, um enorme cartaz anunciava o show da tarde. Ela percebeu que tinha entrado no meio de uma performance ao vivo. No entanto, ela era a única pessoa na sala. Aparentemente, ninguém mais sabia sobre aquilo.

Caitlin fechou os olhos enquanto ouvia a música. Era tão bonita, tão assombrosa, ela percebeu que era difícil deixar aquela sala. Ela abriu os olhos e olhou ao redor das muralhas medievais e móveis, isso fez com que se sentisse ainda mais fora de contato com a realidade. Onde ela estava?

A canção finalmente acabou, ela se virou e saiu correndo da sala, tentando recuperar seu senso de realidade.

Ela correu de volta pelo corredor e chegou a uma escadaria de pedra. Ela então desceu, alcançando os andares mais baixos dos Cloisters e, logo em seguida, seu coração começou a bater mais rápido. Aquele lugar lhe parecia tão estranhamente familiar, como se ela já tivesse passado um  tempo considerável lá. Não conseguia entender.

Correu pelo andar mais baixo, lembrando da descrição em uma das páginas de seu diário. Lembrou-se da menção da porta, era um portal secreto, que a levaria para as escadarias que chegavam a um andar subterrâneo, ao clã de Caleb.

Ela ficou mais animada quando viu, à sua esquerda, uma área isolada por uma corda. Por trás da corda havia uma escadaria medieval perfeitamente preservada. Ela ia em direção ao teto. Não levava a nenhuma lugar. Era apenas um artefato em exposição. O mesmo descriyo em seu diário.

Mas a escada também tinha uma pequena porta de madeira escondida na sua parte inferior e, por trás dela, Caitlin não sabia dizer se os degraus a levariam para o andar debaixo. Ela estava dentro de uma área isolada, e ela não podia chegar mais perto.

Ela precisava saber. Se ela a levasse para baixo, então tudo o que ela havia escrito seria verdade e não apenas uma fantasia.

Ela olhou para os lados e viu um guarda de segurança do outro lado da sala, cochilando.

Ela sabia que, cruzar a corda em um museu poderia deixá-la em apuros, talvez até mesmo seria presa. Mas ela precisava saber. Ela tinha que ser rápida.

Caitlin, de repente, passou por cima da corda de veludo, em direção à escada.

Imediatamente, um alarme disparou bem alto, cortando o ar.

“EI, SENHORA!”, o guarda gritou.

Ele começou a correr em sua direção. O alarme era agudo e seu coração batia forte no peito.

Mas já era tarde demais. Ela não podia voltar atrás. Ela precisava saber. Aquilo tudo ia contra sua natureza, dar um passo alé da corda, violar uma exposição do museu, fazer qualquer coisa contra as regras – especialmente em relação a aretfatos e história em geral. Mas ela não tinha escolha. A vida de Scarlet estava em jogo.

Caitlin alcançou a escada e colocou a mão sobre a maçaneta de madeira medieval. Ela a virou.

O portão se abriu e, com isso, viu para onde a escada levava.

Para lugar Nenhum. Ela terminava no chão. Era uma escada falsa. Apenas para exibição.

Seu coração apertou, estava devastada. Não havia nenhuma câmara subterrânea. Nenhum alçapão. Nada. Como a exibição indicava, era apenas uma escada. Apenas isso. Um artefato. Uma relíquia de idade. Era tudo uma mentira. Tudo.

Caitlin, de repente, senti braços pesados a agarrarem por trás e a arrastaram para fora, por cima da corda de veludo, para o outro lado.

“O que você pensa que está fazendo!?” outro guarda gritou, se aproximando para ajudar a afastá-la.

“Eu sinto muito”, disse ela, tentando pensar rápido. “Eu… hum… eu perdi meu brinco. Ele caiu, e deslizou pelo no chão. Achei que estivesse por ali. Eu só estava procurando por ele.”

“Este é um museu, senhora!”, o homem gritou, com o rosto vermelho. “Você não pode simplesmente cruzar limites como este. E você não pode tocar nas coisas!”

“Eu sinto muito”, disse ela, sua garganta estava seca. Ela rezou para que não a prendessem. Eles certamente poderiam, ela sabia.

Os dois guardas olharam um para o outro, como se debatessem.

Finalmente, um deles disse: “Saia daqui!”

Ele a empurrou e, Caitlin, aliviada, saiu correndo pelo corredor. Ela viu uma porta aberta que dava para a parte de fora, para um terraço inferior e ela correu para atravessá-la.

Ela se encontrou do lado fora, no terraço mais baixo, no ar frio de outubro, seu coração ainda batia rápido. Ela estava tão feliz por estar ali fora. No entanto, ao mesmo tempo, estava perturbada. Não havia nada ali. Seu diário era uma invenção? Nada era real? Será que ela havia imaginando tudo?

Mas, então, como explicar a reação de Aiden?

Caitlin cruzou o terraço de paralelepípedos, passando por outro jardim medieval, cheio de pequenas árvores frutíferas. Ela continuou andando até chegar a um parapeito de mármore. Ela encostou ali e ficou observando a paisagem; a distância, ela podia ver o rio Hudson, cintilando sob o sol do fim de tarde.

De repente, ela se virou, esperando, por algum motivo, ver Caleb ali de pé, ao lado dela. Por alguma razão, ela sentiu que havia estado ali antes, naquele mesmo terraço, com Caleb. Isso não fazia nenhum sentido. Será que ela estava perdendo a cabeça?

Agora, ela não tinha tanta certeza.

CAPÍTULO DOIS

Scarlet entrou em seu quarto, chorando histericamente e bateu a porta atrás dela. Ela correu todo o caminho de volta para casa, desde o rio, e não tinha parado de chorar desde então. Ela não entendia o que estava acontecendo com ela. Aquele momento continuava em sua mente quando, ela via a pulsação no pescoço de Blake, quando ela sentiu aquela coisa, aquela vontade de querer mordê-lo. De querer se alimentar.

O que estava acontecendo com ela? Ela era algum tipo de aberração? Por que ela se sentia assim? E, por que, então – bem naquele momento? Bem no primeiro beijo deles?

Agora que ela estava longe daquela cena, era ainda mais difícil se lembrar perfeitamente  como seu corpo estava naquele momento – e a cada segundo que passava, estava ficando cada vez mais difícil. Seu corpo parecia normal agora. Havia sido apenas um momento fugaz? Fora apenas uma coisa estranha, um momento que ela já havia superado e que nunca mais voltaria?

Ela queria desesperadamente acreditar nisso. Mas outra parte dela, uma parte mais íntima, sentia que não era o caso. O sentimento fora muito forte, algo que ela jamais esqueceria. Se ela tivesse sucumbido ao momento, se tivesse ficado lá mais um segundo, ela tinha certeza de que Blake estaria morto agora.

Scarlet não podia evitar de pensar sobre aquele outro dia. Sobre chegar em casa doente. Correr para fora da casa. Esquecer tudo o que tinha acontecido, onde havia estado. Sobre acordar no hospital. A mãe dela estava tão preocupada, tão assustada…

Agora, tudo isso veio à tona em sua mente. Sua mãe queria que ela visse mais médicos, fizesse mais testes. E, em seguida, visse um padre. Será que a mãe dela suspeitava de algo? Era isso que ela estava insinuando? Será que ela achava que ela estava se tornando um vampiro?

O coração de Scarlet estava acelerado quando ela se sentou em seu quarto, encolhida em sua cadeira favorita. Ruth descansou a cabeça em seu colo e Scarlet inclinou-se para acariciar-lhe. Mas havia lágrimas em seus olhos quando ela o fez. Sentia-se em estado de choque, em transe. Ela estava apavorada com a idéia de que estava doente, que ela tinha algum tipo de doença ou talvez, algo pior. No fundo, ela pensou que aquilo era ridículo, claro, a direção de seus pensamentos. Mas ela se atreveu a se perguntar. Sua vontade de morder o pescoço dele. A sensação que ela teve em seus dois dentes incisivos. Sua ânsia para se alimentar. Seria possível?

Ela era uma vampira?

Será que os vampiros realmente existem?

Ela estendeu a mão, abriu seu laptop e acessou o google. Ela precisava saber.

Ela entrou na página da Wikipedia para “vampiro” e começou a ler:

“A noção de vampirismo existe há milênios; culturas, como os mesopotâmios, hebreus, gregos e romanos antigos tinham contos de demônios e espíritos que são considerados precursores dos vampiros modernos. No entanto, apesar da ocorrência de criaturas vampirescas nestas civilizações antigas, o folclore para a entidade que hoje conhecemos como o vampiro origina-se quase que exclusivamente do sudeste da Europa, do início do século, quando foram registradas e publicadas tradições orais de muitos grupos étnicos da região. Na maioria dos casos, os vampiros são fantasmas de seres malignos, vítimas de suicídio, ou bruxas, mas elas também podem ser criadas por um espírito maligno que possua um cadáver ou ao ser mordido por um vampiro.”

Scarlet rapidamente fechou seu laptop e o afastou. Era demais para ela tolerar.

Ela balançou a cabeça, tentando tirar aquilo fisicamente de sua mente. Algo estava definitivamente errado com ela. Mas será que era isso? Estava aterrorizada.

Para piorar tudo, ainda tinham seus sentimentos por Blake e sua ideia sobre o que tinha acontecido entre eles. Ela não podia acreditar que havia fugido dele daquele jeito, especialmente naquele momento. Eles estava em um momento maravilhoso, um sonho. E agora isso. Justo quando seu relacionamento estava começando a rolar. Era tão injusto.

Ela não podia sequer imaginar o que ele estaria pensando naquele momento. Ele devia estar pensando que ela era algum tipo de aberração, ou algum tipo de psicopata, por ela ter interrompido tudo do nada e no meio de um beijo, e ainda ter fugido correndo para a floresta. Ele devia pensar que ela estava totalmente fora de si. Tinha certeza de que ele nunca iria querer vê-la novamente. Ele provavelmente voltaria para Vivian.

Ela queria desesperadamente se explicar. Mas como ela poderia? O que ela poderia dizer? Que ela tinha tido uma súbita vontade de morder seu pescoço? Alimentar-se dele? Beber o seu sangue? Que ela teve que fugir para protegê-lo?

Claro, isso seria realmente iria apaziguar as preocupações dele, ela pensou.

Ela queria fazer as coisas direito. Ela queria vê-lo novamente. Mas ela não tinha idéia de como explicar. Não só isso, ela também estava com medo de ficar perto dele; ela não confiava em si mesma agora. E se o desejo tomasse conta dela mais uma vez? E se, da próxima vez, ela realmente o machucasse?

 

Ela começou a chorar ao imaginar isso. Ela estava condenado a nunca mais ficar próxima a outros meninos?

Não. Ela precisava tentar. Ela tinha que, pelo menos, tentar fazer as coisas direito. Ela precisava tentar se explicar, de alguma forma. Para que, pelo menso, ele não tivesse razão para odiá-la. Mesmo que ele nunca mais quisesse vê-la novamente, ela não podia simplesmente deixar as coisas como estavam. E, no fundo, uma parte dela ainda se atrevia a pensar, esperançosamente, de que, talvez, aquilo havia sido apenas uma coisa de uma só vez, um episódio anormal e que talvez eles ainda pudessem ficar juntos. Afinal, se eles pudessem superar aquilo, eles poderiam superar qualquer coisa.

Scarlet estava começando a se sentir um pouco melhor. Ela enxugou as lágrimas, pegou um lenço de papel, assoou o nariz e pegou seu celular. Ela encontrou o número dele e começou a escreveruma mensageme.

Então ela parou. O que ela deveria dizer?

Eu sinto muito pelo que aconteceu hoje.

Ela deletou isso. Era muito genérico.

Eu não sei o que deu em mim hoje.

Ela deletou também. Não parecia muito bom. Ela precisava de um equilíbrio perfeito, a mistura perfeita de se desculpar e, ao mesmo tempo, ter a esperança de que as coisas não tivessem mudado para sempre. Ela precisava enfatizar que, até aquele ponto, ela estava adorando o momento.

Ela fechou os olhos e suspirou, pensando muito. Vamos lá, vamos lá, ela se encorajou.

Ela começou a escrever.

Eu tive um momento incrível com você hoje. Eu sinto muito que terminou daquele jeito. Havia uma razão para eu ter que sair daquele jeito, mas eu não posso explicar isso para você. Eu sei que é difícil de entender, mas eu espero que você possa. Eu só quero que você saiba que eu adorei hoje, e eu sinto muito. E eu espero que nós possamos nos ver outra vez.

Scarlet olhou para o seu rascunho por um longo tempo e, finalmente, com um movimentou de sua a mão,clicou em enviar.

Ela observou o envio.

Seu texto não era perfeito. Ela já havia pensado em como ela poderia tê-lo reescrito um milhão de vezes. E uma parte dela já se arrependia de ter enviado. Talvez parecess muito desespero. Talvez parecesse muito enigmático.

Que Seja. Já foi. Pelo menos agora ele sabia que ela ainda gostava dele e que ela queria vê-lo novamente.

Ela sabia que Blake carregava seu celular o tempo inteiro. Ela sabia que ele iria pegá-lo imediatamente. E que ele sempre respondia mensagens dentro de segundos.

Scarlet tremia enquanto ela esperava.

Ela colocou seu celular em seu colo e fechou os olhos, respirando lentamente, à espera de uma vibração. Desejando que vibrasse.

Vamos lá, ela pensou. Responda a mensagem.

Ela ficou ali sentada, esperando, por o que parecia ter sido uma eternidade. Ela ficou atualizando seu celular. Depois de alguns minutos, ela até chegou a desligá-lo e a ligá-lo em seguida caso ele tivesse travado. Ela, então, observou o tique-taque do relógio. Dois minutos se passaram.

Em seguida, cinco.

Depois, dez.

Ela bateu o telefone em cima da mesa e podia sentir as lágrimas brotando dentro novamente. Ele claramente não ia responder seu SMS. Como ela poderia culpá-lo? Ela provavelmente não responderia se fosse com ela.

Então era isso. Tudo acabado.

De repente, seu celular vibrou.

Ela estendeu a mão e o tirou da mesa.

Mas seu coração apertou ao ver que não era Blake. Era Maria.

Eu não posso acreditar que você cabulou aula daquele jeito. Então… como foi seu encontro com Blake?

Scarlet suspirou. Ela não tinha idéia de como responder.

Não esquenta. Eu não vou cabular mais. Está tudo acabado entre nós.

Sério Isso? Nossa. PQ? Vivian?

Não. Não é ela. É que…

Scarlet parou, pensando no que dizer.

…não deu certo.

Me conta.

Scarlet suspirou. Ela realmente queria mudar de assunto.

Não há nada a dizer. Tudo bem com você?

OMG, eu não consigo parar de ficar obcecada com o novo garoto. Sage. Ouvi novos detalhes hoje.

Scarlet estava exausta e realmente não queria continuar a conversa por mensagens de texto. Ela não queria ouvir mais fofocas e insinuações sobre o novo garoto – nem sobre ninguém. Ela só queria desaparecer do mundo.

Mas Maria era sua melhor amiga, então ela tinha que ceder um pouco:

Tipo o que?

Ele tem uma irmã e um primo. Mas eles não frequentam nossa escola. Ele está no último ano. E foi transferido de uma escola particular. Ouvi dizer que é rico. Tipo milionário.

Scarlet não se importava. Ela só queria acabar com isso.

Felizmente, antes que ela pudesse escrever, ela recebeu uma outra mensagem – desta vez de Jasmin.

OMG, o que está acontecendo no seu mural do Facebook?

Scarlet leu surpresa.

O que você quer dizer?

Antes que ela pudesse responder, ela pegou seu laptop, abriu e entrou em sua rede social.

Seu coração despencou. Vivian tinha postado nela:

Boa tentativa de roubar Blake. Não funcionou. Depois que ele terminou com você, ele voltou para nós. Eu sabia que ele iria descarta-la. Apenas fiquei surpresa por ter acontecido tão cedo.

Scarlet respirou ofegante, completamente surpresa. Ela viu vários amigos dela comentando no post, viu que tinha se espalhado pelos murais de muitas pessoas. Ela também viu que Vivian tinha postado no Twitter e que tinha sido retuittado por todos os amigos de Vivian.

Scarlet ficou horrorizada. Ela nunca se sentira mais envergonhada. Ela apagou o comentário de sua parede, bloqueou Vivian, depois foi para suas configurações e as alterou de modo que apenas seus amigos pudessem postar em seu mural. Mas era como uma gota em um balde, obviamente, o dano já havia sido feito. Agora, toda a escola pensava que ela estava roubando os namorados das outras pessoas. E que ela tinha levado um fora.

Seu rosto ficou vermelho. Ela estava tão furiosa que queria chegar e estrangular Vivian. Ela não sabia o que fazer.

Scarlet fechou seu laptop com força e saiu correndo de seu quarto. Ela tropeçou pelos degraus, sem saber para onde ir ou o que fazer. Tudo que ela sabia era que ela precisava de ar.

“Vamos, Ruth”, disse ela.

Ela pegou a coleira e Ruth saltou animadamente, seguindo-a para fora da porta e descendo os degraus da varanda.

Scarlet desceu os degraus, olhando para seus pés e, não foi até que ela estivesse na calçada, que ela olhou para cima e viu, ali, de pé.

Ela parou, surpresa.

E ele ficou ali, olhando para ela, como se ele estivesse esperando.

Era o garoto novo.

Sage.