O mistério do amor matrimonial

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Z serii: Por um Lar novo #7
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Devo cuidar de você e não você de mim

“Façam aos outros o que querem

que eles façam a vocês.”

(Mateus 7,12)

Certa vez tive uma experiência que, de alguma forma creio todos já terem vivido, que me levou a uma reflexão que hoje quero compartilhar.

Em seus últimos três meses de vida, quando trouxe minha mãe para viver comigo, me dei conta de que lhe faltavam algumas roupas para se vestir. Fui comprá-las pessoalmente em uma cidade a 30 quilômetros da minha casa. Na primeira loja em que entrei, uma senhorita me atendeu com muita ternura e quando fui pagá-la, ela disse: “Leve as roupas e se elas derem certo, o senhor me paga, senão pode devolvê-las”. E assim aconteceram algumas vezes. Um tempo depois, fui a uma loja de sapatos (precisava de um número maior), paguei-os e levei-os. Não serviram, eu os troquei e devia pagar a diferença, mas o senhor que me atendeu disse: “Não precisa”. Em ambos os lugares as pessoas não sabiam quem eu era, o que fazia nem aonde vivia. Em um dos lugares só sabiam que meu nome era Ricardo, mais nada...

Nos dias em que fui pagar, agradeci... E fui embora caminhando em silêncio. Neste momento surgiu a reflexão que hoje quero compartilhar com vocês.

Não podemos negar a presença do pecado original na humanidade. Mas, que belo mundo construiría-mos se o amor fosse a motivação de toda ação! Que famílias viveriam os dias de hoje!

Quando o amor é uma realidade, todos sentem que as pessoas cuidam umas das outras, e não que os outros deveriam cuidar delas. “Devo cuidar de você e não você de mim”. Como seria bom se todos nós cuidás-semos uns dos outros e deixássemos de interferir na vida dos outros. Me escandalizei quando vi pela primeira vez o tráfico na Colômbia, na difícil Medelín dos anos 80. Hoje vemos isso em todos os lugares da nossa América Latina. Vive-se com medo e temor. Muita gente vive com desconfiança do outro. Alguns amigos da Obra não só foram assaltados, como também caíram nas mãos de sequestradores, chantagistas e foram vítimas de pressão psicológica. Diante disso, como não desconfiar! Traduzindo essa situação, muitos de nós diriam: quantos corações são levados pela desconfiança e pelo medo de serem invadidos!

Quando alguém empresta generosamente dinheiro, uma ferramenta ou um livro, quase sempre quem empresta anota em algum lugar o empréstimo, para que não se esqueça, mas deveria ser diferente. Quem deveria anotar o empréstimo é aquele que recebe, para que se lembre e cuide bem das coisas dos outros.

Certa vez, um casal muito estimado me falava sobre seu filho, dizendo que ele tinha comportamentos que eles não entendiam. Por exemplo, o casal separava todas as atividades, designando cada atividade ou ao esposo ou à esposa. Um dia a responsabilidade era dele, no outro, da esposa. Parecia mais um contrato de convivência do que um marido e mulher que realmente se amavam. Entre humanos nunca foi assim. Ao amar-nos, cada um se dispõe a ajudar o outro, a cuidar do outro”. Cada um cuida do outro por amor, mas em relacionamentos por conveniência e sem amor, tudo se dá por convenções e difíceis acordos que surgem a partir do egoísmo.

Tudo isso soa estranho para o mundo atual. Por curiosidade procurei saber se alguém já havia dito a frase-título deste capítulo e pesquisei na internet “devo cuidar de você e não você a mim”, e a pesquisa, por sua vez, me resultou em: “Talvez você queira dizer: você deve cuidar de si e não de mim”. Essa frase é algo muito coerente com o que se escuta tanto hoje em dia: “cuide do seu que eu cuido do meu”; “dedique-se a si mesmo”, “devo pensar mais em mim”. Vivemos em um mundo cheio de individualismo! E vivemos em meio a uma geração na qual muitos se tornam incapazes de amar.

Voltemos à realidade da família. Em muitos lares vive-se como se a casa fosse um simples espaço de convivência, onde os membros conhecem uns aos outros, tem um vínculo matrimonial ou familiar, no caso dos filhos, e no qual cada um deve tomar cuidado para não ser invadido em seu espaço, nem invadir o espaço do outro, para que isso não gere conflitos nem desavenças que possam afetar a paz “fictícia” que se alcançou. Isso é falta de amor!

Por outro lado, a insistência em pensar apenas em si mesmo gera enormes ‘eus’ que constantemente se chocam uns com os outros porque nunca levam em consideração algo que vá além de si mesmo. A incapaci-dade de amar não lhes permite perceber o outro, suas necessidades e seus carências. Assim temos esposos que não são cuidados pelas esposas. Esposas esquecidas pelos esposos. Pais que dão de tudo para seus filhos, contando que não os incomodem... a solução que se encontra é sempre genérica. “Devo cuidar de você e não você de mim”. Essa premissa se relaciona diretamente com a regra de ouro do evangelho “façam aos outros o que querem que eles façam a vocês”.

Quando é conveniente, quantos não exigem o que nunca fizeram pelo outro! Nunca serviram e exigem serem servidos! Nunca se disponibilizaram, mas quando é a vez deles, tudo tem que ser para “agora”. E tantos outros exemplos...

É preciso treinar viver o amor em todos os lares. Assim cada um poderá cuidar do outro, ao invés de se defender do outro. Cada membro da família deve buscar agir com o outro como gostaria que os outros agissem consigo. Dessa maneira, em cada lar estaremos construindo um mundo novo.

Para conversar em casal.

1.- Em nossa vida de casados (familiar), sentimos que cada um cuida do outro?

2.- Existe algum traço de desconfiança entre nós?

3.- O que cada um espera do outro para se sentir mais cuidado?

4.- Em um mundo individualista, egoísta e vaidoso, o quanto somos diferentes? Somos confiáveis? Ou estamos submersos na mesma postura do mundo?

5.- Nos dispomos a cuidar dos demais como gostaríamos de ser cuidados pelos outros?

6.- Em nossa família existe a compreensão de que devemos cuidar dos outros como verdadeiros tesouros de Deus?

7.- Qual o propósito de viver intensamente o lema “devo cuidar de vocês e não você de mim”?

Para orar juntos.

Senhor Jesus,

ajude-nos e nos ilumine,

para que o amor seja a motivação

mais importante de nossas vidas,

que em nossos lares ninguém precise se ocupar do outro,

mas sim viver a rica experiência de sentir-se

protegido e cuidado pelos demais.

Te pedimos, Senhor,

que os filhos do nosso amor,

sejam capazes de ser pessoas abertas e generosas,

com o dom de perceberem o outro,

de cuidar dos demais de forma especial,

e daqueles com quem eles construírem sua vida e seu lar.

Graças, Senhor, por nos permitir cuidar uns dos outros,

que o façamos como Tu fazes conosco.

Amém.

Da paixão ao amor

“Desci para o jardim de nogueiras,

para ver os brotos do vale,

para ver se minha vinha brotava,

se as romãs floresciam...

E sem perceber,

me vi com meu príncipe na carruagem”

(Cantar dos Cantares 6,11-12)

Alguns casamentos passam a impressão de que tudo está sempre bem, de que um nasceu para o outro, quase como se a estrela da manhã os guiasse durante toda a jornada. Esses casais estão em uma sinfonia muito afinada. Esses casos são excepcionais, mas não são a norma.

O comum é outra coisa. Tudo começa em um dia de primavera. Em uma simples caminhada algo estala e dali surge um fogo abrasador que os envolve. Os dois sonham juntos, se envolvem em uma dinâmica de trocas e partilha, começam a viver um amor apaixonado que navega por mares profundos ou que sobrevoa alturas incalculáveis.

Depois passa algum tempo, vem as bodas e outras mil coisas. Logo o esplendor das bodas dimi-nui e a lua de mel fica em algum álbum fotográfico como uma linda recordação, uma lembrança. Logo aparecem outras “luas”: reações estranhas, saídas inoportunas, as primeiras vozes que se levantam... coisas que nunca nenhum dos dois havia suspeitado antes. O amor entra em uma fase de desencanto.

Começa-se então a cruzar uma fase de riscos. Um deserto, um rio impetuoso. É preciso chegar ao outro lado, passar da paixão ao amor. Dito de outra maneira: passar do amor apaixonado, carregado de romantismo, ao amor que é doação, entrega, oferenda. Passar do “para mim” ao “para ti”, ou melhor dizendo, passar do ‘eu’ para o ‘nós’. Se este momento do casamento não chega, morre-se no deserto ou, ainda na imagem do rio, o amor se afoga. Construir a harmonia conjugal é uma grande decisão.

Diante da triste situação que muitas famílias vivem atualmente, vemos muitos casamentos morrerem de sede, afogados ou aos pedaços em seus primeiros anos. Frente a isso, nos perguntamos se o amor era falso ou muito pouco, mas o problema está no fato do casal não ter feito o salto do amor apaixonado ao amor doador, que se entrega totalmente. O casal ficou no romantismo e a paixão não teve força suficiente para sustentar uma relação que tem exigências maiores.

Em que consiste um amor de entrega e doação?

Podemos explicar da seguinte maneira: estar apaixonado é fácil. Como é simples e fácil sorrir para quem nos sorri, dialogar com quem nos escuta, cumprimentar quem nos cumprimenta, respeitar quem é respeitável.

Por outro lado, o amor é exigente. Para perdoar uma ofensa é preciso superar o orgulho. Dian-te do ataque do outro é preciso frear o desejo de vingança, calar-se diante de uma grosseria e contar até dez. Quando surge um comportamento estranho do esposo ou da esposa é preciso amenizar a vontade de descontar, de levantar a voz ou de responder com um grito.

Essa é uma forma de devolver o mal com o bem. Para isso é preciso sacrificar o orgulho, a vin-gança, a revanche, o tom de voz alto e, por fim, deixar o ‘eu’ morrer. É claro que o caminho para a construção de um ‘nós’ dói. Mas se há a renúncia e a morte do ‘eu’, pode-se apostar duplamente no amor um do outro, principalmente quando se vive uma crise ou uma situação não desejada. Hoje mesmo me chegou por correio uma carta de uma esposa da qual há tempos não tinha notícias e uma das coisas que me disse foi: “o casamento funciona mais ou menos... mas muitas vezes me lembro do conselho que o senhor me deu, que em certas circunstâncias devo de amar em dobro “. Isso custa, é um sacrifício, uma oferta, uma doação que se faz.

 

Quando o amor fica estagnado no emocional, a imaturidade se instaura. O casamento com cer-teza se fragmentará, pois o emocional não tem força suficiente para sustentar uma relação duradoura e satisfeita. O casamento será como um alimento insosso, como uma peça de teatro entediante. Em contrapartida, quando se consegue chegar ao amor de doação, ali está o encontro com um maravilhoso concerto, no qual as notas musicais se encadeiram numa bela e plena harmonia.

Para concluir, transcrevo uma resposta que uma jovem me deu quando perguntei-lhe se ela conhecia a diferença entre estar apaixonado e amar: “o amor dói, a paixão é mais suportável, mas o amor te leva à felicidade”.

Para dialogar em casal.

1.- Temos sido capazes de transpor a barreira do amor apaixonado a um amor de doação em nosso casamento?

2.- Elencar as características do amor apaixonado que vivemos entre nós.

3.- Elencar as características do amor de doação que estamos vivendo.

4.- No que ainda devemos trabalhar para conseguir trazer para nós um amor pleno de doação?

5.- Analisar: por que muitos casamentos novos não conseguem passar de um amor passional para um amor de entrega?

6.- Relacionar este fenômeno com o individualismo que impera em nossa sociedade.

7.- Como ajudar as jovens gerações a descobrir a importância de passar do amor apaixonado a um amor de entrega total?

Para orar juntos.

Senhor Jesus,

graças porque um dia acendeste em nós

a chama do amor,

que nos apaixonou e nos fez trilhar o caminho

sonhado, que nos conduziria à felicidade.

Depois nos demos conta de que

existia uma nova exigência

pra que não abandonássemos o caminho:

o amor entregue, de doação generosa,

capaz de gerar em nós a maravilha

da Harmonia Conjugal,

a mais bela das sinfonias do amor,

composta pelo concerto cotidiano do amor.

Quanto nos custa ser concertista!

Mas como vale a pena! Quanto!

Ajude-nos, Jesus, a aprender

a não desafinar diante dos ‘eus’ paralelos,

unidos em uma paixão rumo ao amor pleno.

Ajude-nos a entender Tua Crus,

renúncia, morte, e o nosso amor.

Amém.

Cultivar o romantismo do amor

“Meu amado é para mim, e eu sou para meu amado!”

(Cantar dos cantares 2,16)

Um amor me faz falta (Pimpinela)

Él:Ele: E agora, o que acontece

você não quer conversar

e não consegue nem me olhar,

O que aconteceu entre nós dois

para que mudasse a voz?

Sua maneira de ser é tão

diferente, você é outra mulher

Sinto em sua boca, em seu

corpo e em seu cabelo

Um muro de gelo, o que está acontecendo?

Você tem roupas para vestir, não é?

Ela: Sim...

Ele: Tem comida na sua mesa, não é?

Ela: Sim...

Ele: Você vivia em um mundo

comum e simplório

E eu te dei um castelo, o que lhe

faltará agora?

Ela: Me falta uma flor, uma flor, uma flor,

Preciso de uma flor,

uma flor, uma flor,

Que me faça sentir

que estou viva, que vibro,

Que amo e respiro, que ainda

existe o amor...

Me falta uma flor,

uma flor, uma flor,

Preciso de uma flor,

uma flor, uma flor,

Que me faça sonhar

e esquecer a rotina

do mundo em que vivo,

que o amor não morreu...

Ele: E então o que te falta,

foi tão grave o meu erro

que não tenho perdão,

o que posso fazer,

o que você deseja ter?

Quer que te compre duas asas,

o vento e talvez um avião?

Eu te deixo tranquila

e vivo preso nessa oficina,

o que te falta?

Está passando fome ou frio? Diga...

Ela: Não...

Ele: Fui infiel com você? Diga...

Ela: Não..

Ele: Se a cada segundo,

minuto e hora

te chamam de “Senhora”

O que te falta?

Ela: Me falta uma flor,

uma flor, uma flor,

Preciso de uma flor,

uma flor, uma flor

Que me faça sentir

que estou viva, que vibro,

que amo e respiro,

que o amor ainda existe...

Sinto falta de uma flor,

uma flor, uma flor,

Preciso de uma flor,

uma flor, uma flor,

Que me faça sonhar

e esquecer a rotina

do mundo em que vivo,

que morreu de amor...

Você me dá o que se compra

com dinheiro

Mas nunca sua presença,

nunca um “te amo”...

...Os dois estão juntos há 63 anos. Ela o repreende porque não toma os remédios. Ela prepara a comida que ele quer e o surpreende com o que ele mais gosta; ele, se encontra uma flor, a colhe e lhe dá de presente...

***

O amor matrimonial precisa ser cuidado, cultivado nas pequenas coisas, através de ações que gerem no outro sentimentos muito belos e profundos. Assim se garantem muitos anos juntos e felizes.

Uma pessoa romântica tem em si muito de sentimental, de sonhador, mas acima de tudo, de generoso. As atitudes que cultivam um amor duradouro exigem generosidade, porque é através da generosidade que se tem condições de se concentrar no outro, de pensar no ser amado.

A música que escolhi para este capítulo tem muitas informações sobre as quais meditar. É evidente que a esposa está mal e manifesta claramente sua frieza ao esposo. A frieza tem um motivo. Com certeza ela não está se esforçando muito para que não seja assim, mas muitas das queixas tem a ver com uma desatenção do esposo. A esposa aparentemente quer pouca coisa: uma flor. Mas por trás de um flor há um pedido imenso. Ela lhe pede mais generosidade, que pense nela, que a faça sentir-se viva, que sonhe, que lhe dê a certeza de que o ama. Ela não quer algo que se consegue com dinheiro mas sim uma palavra de amor, um ‘te amo’.

Esposos, despertem! Não se acomodem, não creiam que tudo já está conquistado, saibam que ainda há muito a fazer. O tema principal da música transparece que o trabalho, o negócio ou a empresa deve ser muito importante para o esposo. Há quem diga que perder o trabalho ou chegar à aposentadoria seja um momento tão desestabilizador, comparável a perder a esposa. E sabemos o quanto custa para um homem viver sem uma mulher! Por isso, nada justifica que sua esposa fique em segundo plano. Um marido deve se esforçar para pensar nela e se dedicar. Ele precisa atendê-la. ‘Ela se apaixonou e se entregou, você deve fazer o impossível para fazê-la feliz’. O material também é necessário, mas não é suficiente. Observem-se.

Mas cuidado também, esposas! A música poderia ser muito diferente se escrita ao contrário. Pode ser que o esposo se torne frio por suas próprias questões, como também por conta da própria esposa. Um marido também precisa de uma flor. Uma flor que pode ser sua comida preferida, esperá-lo do trabalho com algo especial, brindar com ele. Há mães que matam as esposas. Os filhos passam a ocupar o primeiro lugar e o esposo o segundo. Saibam que os filhos devem sempre ter a atenção da mãe, mas ela nunca deve se esquecer do pai dos seus filhos. Esposas, despertem! O mal sempre anda em círculos, há mulheres que ao invés de conquistar um homem, olham para ele como se alguém lhes estivesse roubando. Algumas esposas pensam: ‘Ele se apaixonou e roubou toda a minha vida, tudo o que eu era. Agora só preciso deixar de viver para fazê-lo feliz’. Um marido precisa sentir que sua vida e seu amor fazem a esposa vibrar e sonhar, com a certeza de que o amor está vivo e que a felicidade no casamento é possível.

Ele, na canção, é um pouco duro com ela. Na verdade, tanto um quanto o outro deve escutar e entender quais necessidades uma pessoa tem da outra. Ambos precisam de carinho, de romantismo, de generosidade íntima e profunda e esperam isso do outro. Não se esqueçam que todos vem de um mundo comum e simplório (o indivíduo) e a vida matrimonial propicia construção de um castelo (com o esposo, a esposa, os filhos - do que mais se precisa?). Valorizem, apreciem e cuidem do castelo! O amor deve ser total, não se limita a sentimentos pois também entram em jogo a inteligência e a vontade. Às vezes os sentimentos não estão em seu melhor momento e será preciso encontrar uma solução inteligente o quanto antes. Uma flor exige que a inteligência pense, que a vontade queira, só assim um sentimento maravilhoso surgirá! Para que a totalidade de uma pessoa exista é necessário generosidade, pois a inteligência tem muitas coisas com o que se ocupar.

Há pouco tempo foi realizada uma estatística que concluiu que o romance pesa mais que a paixão nos casamentos analisados. Para quê servem estatísticas se isso é demonstrável nas próprias vidas de vocês. Penso em Alice e Oscar, Marta e Francisco, Silvia e Plínio, Susana e Hugo, Rosa e Geraldo, Estela e Victor, Graziela e Nestor, Silvia e Vitor, Clara e João Manuel e tantos outros - por favor, coloquem seus nomes aqui:

......................................... e .........................................

Que a cada instante de suas vidas vocês possam dizer: “Meu amado é para mim, e eu sou para meu amado!”.

Para conversar em casal.

1.- Que cuidados temos nos esquecido em nosso amor? Cada um expõe suas necessidades.

2.- Que gesto generoso do outro você mais lembra?

3.- Como cultivar e trazer mais romantismo ao nosso amor?

Para orar juntos.

Senhor Jesus, te agradecemos pela oportunidade

que nos deste, como esposos,

de construir juntos um castelo,

para desfrutar da maravilha do amor.

Te pedimos que cuide permanentemente

do nosso amor; que conservemos

o frescor da generosidade romântica,

sem perder a capacidade de pensar no outro,

de surpreendê-lo com aquilo que mais lhe agrada,

de fazer-lhe sentir que ele vive,

que o amor vibra entre os dois,

e que ele é muito importante.

Ajude-nos, e que nosso amor nunca envelheça,

que seja como o vinho, quanto mais velho, melhor.

Amém

O amor: símbolo e fogo eterno dos esposos

Como a macieira entre as árvores silvestres,

assim é meu amado entre os jovens;

sob a sombra do desejado eu me sentei,

e seus frutos eram doces para o meu paladar.

Eis que você é linda, minha amiga;

eis que você é linda .

(Cântico de Salomão 2,3. 4,1)

Isto se Chama Amor

(Autor: P. Favini - N. Gurvich.

Cantores: Trío San Javier e María Celeste)

Olá amor, como você está?

Chegue mais perto, quero te dar um beijo.

Que ocasião melhor que esta, agora que estou de volta.

Estou feliz com a paz

que encontro quando volto para nossa casa,

e é por sua causa, pois você me dá um mundo

de ternura e confiança.

Olá amor, como você está?

Como eu queria te abraçar!

Compartilhando um café,

tenho tanto para lhe dizer.

Eu senti sua falta novamente

assim como ontem, hoje e amanhã,

novamente sentirei, esperando e espiando

sua chegada à janela.

Isto se chama amor,

isto que marca nós dois.

Isto se chama amor,

isto que arde eterno entre nós dois.

Você sabe bem

que eu e você às vezes brigamos por bobagens,

essa é a lei do amor,

pois o perdão depois vale a pena.

Bem ou mal,

sempre lutamos e seguimos adiante,

esta é a razão para entregar a alma

a cada instante.

Isto se chama amor,

isto que marca nós dois.

Isto se chama amor,

isto que arde eterno entre nós dois.

Ele: Claro... Hoje à noite

vamos ao cinema

e depois vamos jantar.

Ela: Tudo bem por mim,

mas prefiro ir jantar primeiro

e depois ir ao cinema.

Ele: Mas depois de jantar

não teremos tempo para ir ao cinema.

 

Ela: Como não teremos tempo?

Ele: Como assim?

Ela: Eu ficarei com fome.

Ele: Não podemos fazer do seu jeito,

porque senão vamos acabar não indo ao cinema.

Ela: Não se trata de fazer do meu jeito,

é que hoje estou com apetite.

Ele: Mas você sempre quer fazer do seu jeito.

Ela: Bem, então eu não vou.

Ele: Como assim você não vai, você tem que ir.

Ela: Eu não vou, ou jantamos ou...

Ele: Temos tempo para fazer

as duas coisas, podemos jantar e...

Ela: Viu, está vendo como você

sempre quer do seu jeito...

Ele: Não, você que sempre quer do

seu jeito. E assim não dá.

Ela: Não.

Ele: Não, não pode ser assim.

Ela: Tudo bem, vamos jantar...

Isto se chama amor,

isto que marca nós dois.

Isto se chama amor,

isto que arde eterno entre nós dois.

A beleza de um lar manifesta-se em sua naturalidade, na sua construção em meio a situações que são próprias do campo do amor, como uma situação que requer a capacidade de perdoar.

Quem retorna ao ninho do lar, seja no cotidiano ou em uma situação extraordinária, sempre deseja encontrar a paz, não a frieza da ausência, mas sim uma presença ativa que ofereça ternura e segurança. O coração feminino é especialista em gerar uma atitude acolhedora que não apenas pro-porciona paz, mas também felicidade. O homem deve cuidar e valorizar o trabalho feminino, somando o seu esforço ao dela, pois seus corações tem muitas capacidades para gerar paz e felicidade. Não adianta que apenas um dos dois se esforce para criar o melhor ambiente no casamento, se o outro não colaborar.

Quando quem espera está bem, o outro volta para casa com alegria; além disso, aquele que aguarda ansiosamente sua chegada, porque sente sua falta, precisa da presença daqueles que ama e com quem experimenta reciprocidade no amor. “Estou feliz com a paz que encontro quando volto para nossa casa, e é você que me dá um mundo de ternura e confiança.”

Ao experimentar a paz em casa, se Deus quiser, todos podem dizer: “É você que me traz essa paz”. Como é bom compartilhar, esperar o momento do abraço e o momento de trocar um beijo! Nunca permitam que o tédio, a rotina e a frieza invadam o coração do casal. “Como eu queria te abraçar! Vamos tomar um café, tenho tanta coisa para lhe dizer. Senti sua falta novamente, assim como ontem, hoje e amanhã. Te esperei espionando na janela.” Vibrar sempre pelo outro é sinal de vitalidade no amor. Um amor que se renova permanentemente é um amor que constantemente espera o encontro, que sente a sua falta e que sente o amor do outro à distância.

Em todo encontro é muito importante organizar, de acordo com a possibilidade de cada casamento, um tempo para ouvir o outro: “Tenho tanto coisa para dizer a você”. Esses momentos não se tratam apenas de contar eventos que ocorreram, mas - acima de tudo - de conversar sobre os sentimentos que se geram no coração de cada um.

Há uma diferença notável entre homens e mulheres. A mulher precisa “contar” os problemas ou as situações que vivencia. O homem é mais reservado a respeito das suas experiências diárias. Ambas as realidades devem transcender o ato em si de contar coisas e eventos um ao outro. Para que o diálogo se aprofunde, é necessário superar a instância dos comentários para conseguir mergulhar nos senti-mentos de cada um em relação ao outro e nas experiências vividas no cotidiano. O sentimento é o que cada pessoa elabora a partir de suas vivências, experiências e atitudes diante daquilo com o que se depara. Daí a importância de compartilhar os sentimentos.

Algo que todo casamento deve levar em conta é que, durante a peregrinação neste mundo, as perfeições não existem e o caminho deve ser percorrido com amor à vida. As discussões e a busca pela verdade fazem parte da vida conjugal e às vezes, mesmo que surjam por conta de bobagens, elas são um sinal de que ninguém é mais importante que o outro. “Você sabe muito bem que eu e você às vezes discutimos por coisas sem sentido.” O desafio é que essas “bobagens” não levem-lhos a posições imaturas resultantes do apego ao próprio ‘eu’ e ao egocentrismo. Nas discussões se deve sempre evitar gritar ou ferir com palavras ofensivas ou humilhantes. E se isso acontecer... o remédio está ao alcance de todos: “porque o perdão vale a pena”. É possível que uma ofensa apareça, mas deve-se lembrar que o perdão é uma parte essencial do amor. É impossível achar que quem ama nunca precisa de perdão.

Para todo casamento é um orgulho saborear uma vida construída em meio a adversidades e obstá-culos superados que foram capazes de estreitar a relação o longo dos anos. Uma crise nunca deve frear as grandes metas da vida; o objetivo de alcançar o fim é a razão da entrega de todo o ser ao seu ente querido, no caso, os esposos. “Bem ou mal, ainda lutamos e continuamos, essa é a razão de entregar a alma a todo momento.”

A discussão que acontece no final da música trata de um tema comum em muitos momentos da vida cotidiana de um casal. Ela ilustra o que foi dito nos parágrafos anteriores. Em um casal, lidar tanto com questões importantes quanto pequenas precisa corresponder a um processo de maturidade no qual se aprende a buscar sinceramente a verdade, a aceitação das diferenças de gostos e opiniões e o que for mais conveniente para ambos.

Todo casamento se baseia no amor, que é algo único e insubstituível. O casal faz deste amor símbo-lo e fogo eterno que os levará ao lar nos céus, onde haverá fé, esperança e amor, mas o maior deles, porém, é o amor (Cfr. 1Cor 13, 1-13).

Para conversar em casal.

1.- Podemos afirmar que o clima do nosso casamento é de paz e felicidade?

2.- Depois de um dia comum, temos vontade de voltar para casa e de nos encontrar? Depois de concluídas as tarefas diárias, essas situações despertam em nós uma sensação agradável de reencon-tro?

3.- Sentimos que nosso amor é símbolo e fogo que nos une?

4.- Em relação ao tema trabalhado, o que devemos melhorar em nossa vida de casados?

5.- Na sociedade atual em que vivemos voltar para casa é algo valorizado e tido como importante ou com desprezo?

6.- Compartilhem experiências positivas e cotidianas vividas ao voltar para casa

Para orar juntos.

Senhor Jesus,

obrigado por proporcionar o amor entre nós, esposos,

e por nos dar a oportunidade de amar-nos tanto,

de ser um para o outro a paz

e a felicidade que buscamos,

e pela experiência de sentir a falta um do outro

e buscar a verdade juntos.

Desejamos que o que mais nos distinga

seja o amor vivido em Ti,

para que verdadeiramente nosso amor seja fogo da eternidade.

Pedimos que nenhum obstáculo

em nossa jornada matrimonial,

impeça nossa caminhada rumo

à oportunidade de nos realizarmos no amor,

e finalmente nos reunirmos a Ti.

Amém.

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