Entrevistas Do Século Breve

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Peter Gabriel

O duende do Rock

A cada sua (rara) exibição, o lendário fundador e líder dos Genesis confirma que o seu apetite para cada forma de ensaio musical, cultural e tecnológico é realmente ilimitado.

Encontrei Peter Gabriel para esta entrevista exclusiva no curso da manifestação musical «Sonoria», três dias milaneses totalmente dedicados ao rock. Em duas horas de grande música, Gabriel cantou, dançou e saltou como uma mola, envolvendo o público em um espetáculo que, como sempre, foi bem além de um simples concerto de rock.

No fim do concerto me convidou a subir com ele na limusine que o levava embora e enquanto corríamos para o aeroporto, me falou sobre ele, dos seus projetos futuros, do empenho social contra o racismo e a injustiça ao lado da Amnesty International, da sua paixão pelas tecnologias multimídia e os segredos do novo disco, «Secret World Live», que estava para lançar em todo o mundo.

O fim do racismo na África do Sul, o fim do apartheid; foi também uma vitória do rock?

Foi uma vitória do povo sul-africano. Mas acredito que a música rock tenha contribuído com este resultado, tenha de algum modo assistido.

De que modo?

Penso que os músicos tenham feito bastante para elevar o nível de consciência da opinião pública europeia e americana para este problema. Escrevi também canções como "Biko", para fazer com que os políticos de muitos países sustentassem as sanções contra a África do Sul e fizessem pressão. São pequenas coisas que certamente não mudarão o mundo, mas fazem uma diferença, uma pequena diferença que envolve todos nós. Nem sempre são as grandes manifestações, os gestos evidentes, para conseguir o melhor sobre a injustiça.

Em que sentido?

Vou dar-lhe um exemplo. Nos Estados Unidos há duas velhinhas do Meio-Oeste que são o bicho papão de todos os torturados da América Latina. Passam o tempo escrevendo para os diretores dos cárceres, sem trégua. E, sendo muito bem informadas, geralmente as suas cartas são publicadas com grande evidência nos jornais americanos. E, ainda, com frequência acontece que os prisioneiros políticos dos quais difundiram os nomes comecem quase como milagre, a ser deixados em paz. Isso, digo, quando falo de pequenas diferenças. No fundo, a nossa música é como uma carta delas!

O seu empenho contra o racismo liga-se estreitamente à atividade da sua etiqueta, a Real World, a favor da música étnica...

Com certeza. Para mim, foi uma grande satisfação reunir músicos tão diferentes, pertencentes a países tão longínquos, da China à Indonésia, da Rússia à África. Produzimos artistas como os chineses Guo Brothers ou o paquistanês Nusrat Fateh. Nos seus trabalhos, como naqueles dos outros músicos da Real World, senti muita inspiração. O ritmo, as harmonias, as vozes... Já de 1982, do resto, tinha começado a trabalhar nesta direção, organizando o festival de Bath, que era, no fundo, também a primeira aparição pública de uma associação que tinha acabado de fundar e que se chamava “Womad - World of Music Arts and Dance”. Ali, a gente podia participar ativamente do evento, tocando em muitos palcos junto aos grupos africanos. Enfim, foi uma experiência tão exaltante e significativa que, sucessivamente, foi repetida em muitas partes do mundo: Japão, Espanha, Tel Aviv, França...

Por isso, você é considerado o criador da World Music?

Real World e a World Music são principalmente uma etiqueta comercial, que publica música de artistas de todo o mundo para que aquela música possa chegar em todo o mundo, nas lojas de discos, nas rádios... Porém, eu espero que esta etiqueta desapareça logo, quando os artistas que incidem para mim ficarão famosos. Enfim, gostaria que acontecesse aquilo que aconteceu com Bob Marley e a música reggae: as pessoas não dizer mais «é reggae», diz «é Bob Marley». Espero que pouco a pouco ninguém mais diga dos meus artistas «é World Music?»

Ultimamente, você manifestou um grande interesse em relação às tecnologias multimídia. O seu CD-ROM «Xplora 1» despertou um enorme interesse. Como e liga tudo isso à atividade da Real World?

Neste CD-ROM podem ser feitas tantas coisas, entre as quais escolher as músicas de cada um dos artistas clicando na capa do disco. Eu, porém, gostaria de muito mais coisas deste tipo, porque a interatividade é um meio para fazer chegar a música às pessoas que não sabem muito a respeito. No fundo, o que a Real World está tentando fazer é fundir a música tradicional, feita a mão, vamos dizer assim, com as novas possibilidades oferecidas pela tecnologia.

O que quer dizer então, para você, a música rock enfim não basta mais por si mesma, precisa de uma intervenção do ouvinte. Você gostaria que cada um pudesse colocar as mãos no produto - rock?

Não sempre. Eu, por exemplo, a maior parte das vezes ouço música no carro e não quero ter que precisar de uma tela ou de um computador, para poder fazê-lo. Mas, quando me interessa um artista ou quero saber alguma coisa a mais sobre a sua história, de onde vem, o que pensa, então aí é que com o domínio da multimídia disponho de um material visual que me satisfaz. Enfim, gostaria que todos os CDs tivessem, no futuro, estes dois níveis de fruição: ser simplesmente ouvidos ou ser literalmente "explorados". Em “Xplora1”, quisemos construir um pequeno mundo dentro do qual as pessoas possam se mover e decidir, tomar decisões interagir com o ambiente e com a música. Dentro do cd, podem ser feitas várias coisas. Como visitar de modo virtual os estudos de registro da Real World, acessar muitos eventos (a premiação do Grammy Awards ou o Womad Festival, entre outros), ouvir músicas de concertos, repercorrer a minha carreira do Genesis ate hoje e, enfim, remixar a gosto as minhas canções.

E também cascavilhar no seu guarda-roupa, sempre de modo virtual, digamos...

É verdade ( ri ). Pode-se também cascavilhar no guarda-roupa de Peter Gabriel!

Tudo isso parece longe anos-luz da experiência dos Genesis. O que restou daqueles anos? Nunca teve vontade, por exemplo, de fazer outra rock-ópera como «The lamb lies down on Broadway»? E tudo superado?

Não é fácil responder. Penso estar ainda interessado em algumas daquelas ideias, mas de um modo diferente. Em certo sentido, aquilo que eu tentava fazer no último período com os Genesis não é fácil responder. Penso estar ainda interessado em algumas daquelas ideias, mas de modo diferente. De certo modo, aquilo que eu tentava fazer no último período com os Genesis era ligado ao domínio da multimídia. Naquele tempo, a sensibilidade do som era limitada pela tecnologia da época. Agora, gostaria de ir ainda mais adiante ao longo deste caminho...

Voltando ao seu empenho político e humanitário, depois do fim do apartheid, quais são os seus outros projetos neste sentido, as causas de injustiça no mundo contra as quais lutar?

São muitas. Mas, neste momento penso que a coisa mais importante seja ajudar as pessoas a produzir testemunhos. Por exemplo, dar a todos a possibilidade de filmar com uma telecâmera ou dispor de instrumentos de comunicação, como fax, computador, etc. Enfim, acredito que hoje exista a possibilidade de utilizar a tecnologia das redes de comunicação para reforçar a defesa dos direitos humanos.

Muito interessante. Poderia dar um exemplo concreto?

Quero perseguir pequenos objetivos tangíveis. Por exemplo, transformar a vida de um povoado através destes instrumentos de comunicação: ligações telefônicas, vinte ou trinta computadores e assim por diante. “Pacotes” deste tipo podem ser instalados em qualquer povoado do mundo, na Índia, na China, em uma montanha... Assim, no período de três ou cinco anos poderia-se ensinar às pessoas daqueles locais como se tornar criadores de informações, gerenciar e tratá-las. Isso permitiria transformar, com um esforço modesto, a economia de muitos países, dando-lhes a possibilidade de passar da economia agrícola àquela baseada na informação. Seria, sem dúvida, positivo.

Quais são os seus projetos futuros?

Umas férias ( ri ). Há muitíssimos meses que estamos em um tour. Paramos algumas vezes, mas acho que preciso me desligar. No tour, existe sempre o estresse do tempo, da viagem... e depois a impossibilidade de praticar esporte. Eu jogo muito tênis, por exemplo. No que se refere ao trabalho, estou pensando em uma outra coisa como o CD-ROM. Por enquanto, acabei o meu novo álbum “Secret World Live”, um cd duplo gravado ao vivo no curso, exatamente, deste longuíssimo tour. É, na verdade, um resumo do que eu fiz até hoje, uma espécie de antologia com uma só música que poderia ser definida semi-inédita, “Across the River”. No fundo, o álbum é também um modo de agradecer àqueles que tocaram comigo neste tour massacrante. Dos “habitués” como Tony Levin ou David Rhodes à Billy Cobham e Paula Cole, que me acompanharam também para Milão, o primeiro na bateria e o segundo como vocalista.

 

Tem um desejo, um sonho?

Gostaria que existisse já os Estados Unidos da Europa.

Por quê?

Porque afinal está claro que na economia mundial os países pequenos não podem mais ser importantes. É preciso um organismo que os represente perante o resto do mundo, dos mercados futuros, tutelando a sua identidade cultural. Existe a necessidade de ter uma representação econômica compacta, uma união comercial para sobreviver, para competir principalmente com aqueles lugares onde a mão de obra custa pouco. E depois fazer esta divisão do mundo em dois modelos, o da Europa branca, histórica e aquele dos países pobres a desfrutar. Seria preciso celebrar as diferenças entre as pessoas de cada país, não tentar tornar todos iguais.

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Claudia Schiffer

A mais bela de todas

Foi a mais bonita do mundo, a mais bem paga e, tudo somado, também a mais castigada. «Sou a única modelo da qual nunca se viu nem o seio» declarava orgulhosa. Até o seu contrato bilionário com a Revlon a proibia de mostrar-se sem véus.

Pelo menos até que dois fotógrafos espanhóis da Agência Korpa derrubaram também este baluarte e o mundo inteiro pode admirar o seio perfeito ao vento da famosa Claudia Schiffer. Aquelas fotos rodaram o mundo inteiro e a imprensa internacional deu amplo espaço ao acontecimento . Só o jornal semanal alemão Bunte a colocou na capa vestida. Salvo depois dedicar-lhe, com hipocrisia, muitas páginas internas, com as fotos com os seios desnudos. E a nova Bardot protestou furiosa, anunciando queixas e pedidos de danos astronômicos.

Graças a alguns contatos privilegiados com o ambiente da moda, decidiu aproveitar a onda de atenção provocada pelas “fotos-escândalo” para tentar entrevistá-la para o jornal semanal Panorama . Foi muito complicado, muitos telefonemas e depois longas tratativas com a sua agente, que impedia cada tentativa de aproximação jornalística. Mas a minha constância é repagada e, finalmente, em agosto de 1993, conseguiu o encontro: Claudia estava de férias com a família, nas Baleares e, deste modo, para entrevistá-la eu deveria ir lá.

Tratava-se de um autêntico scoop , uma entrevista absolutamente exclusiva: a bela Claudia nunca tinha concedido entrevistas à imprensa italiana e, principalmente, nenhum jornalista nunca tinha colocado os pés na sua casa de férias, na intimidade da sua família. Além do mais, exatamente no local onde tinham sido tiradas as fotos-escândalo, Puerto de Andratx , na ilha de Maiorca, uma discreta baiazinha ao sul de Palma onde a família Schiffer possuía, há muitos anos, uma casa de férias.

Aquele ano, Claudia tinha um motivo a mais para ir para lá e repousar. Tinha acabado de gravar a si mesma em um longo filme-documentário dedicado à sua vida: Claudia Schiffer special, dirigido por Daniel Ziskìnd, ex-assistente de Claude Lelouch, e rodado na França, Alemanha e Estados Unidos. As gravações tinham acabado recentemente e todas as televisões do mundo já estavam disputando para adquirir os direitos.

Pouco antes de partir, conversando com um meu caro amigo da época, muito rico , da família proprietária de uma famosa empresa que produz ferramentas de trabalho, deixei escapar (talvez me orgulhar um pouco...) que estava para viajar para Palma de Maiorca para encontrá-la. Quando o meu amigo me disse para não reservar nenhum hotel: «eu tenho lá o meu iate» (um magnífico trinta e dois metros a vela), me disse logo. «Há cinco marinheiros além do cozinheiro sem fazer nada, por minha conta, no porto de Palma. Vá então, os faço trabalhar um pouco’!». «E quando estiver lá, peça para o levarem para Puerto de Andratx de barco, assim vai fazer também um belo cruzeiro!».

Não deixei que repetisse duas vezes e assim no dia acertado para a entrevista desembarquei no pequeno porto, a duas horas de navegação de Palma de Maiorca, descendo do barco do meu amigo. Saudando os marinheiros, fui para o local do encontro previsto para as três e meia, no Cafè de la Vista , em frente ao cais cheio de iates.

Certamente, a entrada em cena mais espetacular da qual tenha jamais desfrutado um jornalista, para fazer uma entrevista!

*****

Um pouco antes da hora marcada, chega um Audi 100 com placa de Düsseldorf: são eles. Na frente, dois homens, no banco posterior, a inseparável agente, Aline Soulier. Um pouco de desilusão: onde está ela? É só um rápido instante. Uma nuvem loura aparece atrás de Aline e se inclina para frente no banco. «Olá, sou Claudia» diz, estende a mão e sorri. Um fascínio que atordoa, entre Lolita e a Madonna.

Ninguém desce do carro. «Os paparazzi estão em todo lugar» sussurra a agente no breve percurso para casa, uma vila baixa, cor de tijolo, de um andar. Começando a falar, Claudia afirma que nenhum jornalista, até aquele dia, tinha entrado na casa Schiffer e faz as apresentações: «Meu irmãozinho, minha irmã Caroline, minha mãe». Uma senhora muito distinta, bem alemã, cabelos louros curtos, superando até o metro e oitenta e um centímetros da filha. No encontro, falto o pai, advogado em Düsseldorf, verdadeiro maestro na sombra e responsável pelo sucesso da filha, dizem os melhor informados que se deve a ele a criação de um tal mito da beleza.

Tudo começou em uma discoteca de Düsseldorf…

Eu era muito jovem. Uma noite, se aproximou o proprietário da agência Metropolitan, pediu-me para trabalhar para ele...

Qual foi a sua reação?

«Se for uma coisa séria» eu lhe respondi, «falarei amanhã com os meus pais». Sabe, existem tantas técnicas de abordagem na discoteca, aquela podia ser uma, nem tão nova...

É ligada à sua família?

Muito. É uma família com os pés no chão. Meu pai e advogado e minha mãe o ajuda na administração. Não se deixaram impressionar pelo meu sucesso. Dificilmente se surpreendem. São muito orgulhosos de mim, isso sim, mas para eles não é nada mais que o meu trabalho e esperam de mim que o faça da melhor forma.

E os seus irmãos não são ciumentos?

Claro que não! São orgulhosos de mim, aliás. Em particular, o meu irmãozinho de doze anos. Depois, tenho uma irmã que tem dezenove e frequenta a universidade, enfim, nenhuma competição entre mim e ela. E por último, tenho um irmão de vinte anos: um amigo.

Vem sempre aqui em Maiorca com eles, nas férias?

Desde que eu era bem pequena. Adoro este lugar.

Agora que cresceu, porém, parece que teve algum problema em passear por esses lados…

Efetivamente, existem os paparazzi em todos os lugares, nas plantas... é embaraçoso. Cada um dos meus movimentos é observado, estudado, fotografado... Não são exatamente férias, sob este ponto de vista! (ri ).

É o preço da celebridade …

Bem, é exatamente assim. Porém, eu saio frequentemente de barco com mamãe, com os meus irmãos. No mar, me sinto tranquila.

Tranquila mesmo?

Ah, pelas fotos em topless? Realmente, não entendo como isso pode acontecer. Estava no barco com a minha mãe e a minha irmã. Estávamos no convés tomando sol. Estava também Peter Gabriel que é um meu caro amigo...

Nós o vimos…

Já, é verdade. Ele está também naquelas fotos. Enfim, prefiro não falar sobre isso... Em todo caso, já encarreguei os advogados pelos danos...

Dizem que quer se tornar atriz.

Gostaria de experimentar, é isso. Eles me propõem alguns scripts e quanto mais os leio, mais tenho vontade de tentar... Hoje, tenho vontade de fazer um filme. Muita vontade.

Mas não irá interpretar para Robert Altman, o próximo ano, em “Prêt-à-porter”, dedicado ao mundo da moda?

É realmente incrível. A imprensa do mundo inteiro continua a falar sobre isso, mas não é realmente verdade. E depois não gostaria de fazer um filme onde interpreto ainda o papel de mim mesma.

Se tivesse que escolher entre a top-model e a atriz?

Ser modelo não é para a vida toda. É um trabalho para garotas bem jovens, que é feito por poucos anos, como jogar tênis ou nadar... Enfim, é preciso aproveitar até onde puder. Em seguida, eu gostaria também de voltar para a universidade e estudar história da arte.

Disse sempre de querer defender a todo custo a sua privacidade. Fazer este filme sobre a sua vida, na sua casa, naquela dos seus pais, não é uma contradição?

Não acho. Os momentos realmente privados ficaram assim. No filme, se vê aquilo eu decidi voluntariamente mostrar ao público: a minha família, os meus amigos, as minhas férias, os meus hobbies... Enfim, as coisas que amo. E depois, as viagens, os desfiles, os fotógrafos com os quais trabalho, as conferências de imprensa...

Você vive entre Paris e Monte Carlo?

Na realidade, moro em Monte Carlo, e não perco a oportunidade para voltar para lá quando não trabalho, nos fins de semana, por exemplo.

Viaja sempre acompanhada com a sua agente?

Normalmente, não. Eu preciso dela quando tenho que trabalhar em países que não conheço. Na Argentina, no Japão, na Austrália ou na África do Sul. Nesses casos, existem muitos fãs e depois jornalistas, paparazzi...

São chatas todas estas viagens?

Não, porque adoro ler e com um livro o tempo passa sempre, mesmo de avião. E depois, é um trabalho, não férias!

Que tipo de livros costuma ler?

Principalmente os livros de arte. Prefiro o Impressionismo e a arte Pop. Gosto muito também da história, as biografias dos grandes homens. Li a de Cristovão Colombo. Incrível!

Disseram que você é na metade Brigitte Bardot e na outra metade Romy Schneider-Sissi. Você se reconhece nestas duas modelos?

Sim. Mas não tanto fisicamente. Acho mais ter em comum com elas alguns aspectos do caráter, o estilo de vida... Acho extraordinária a Bardot, além de belíssima: que caráter! Por Romy Schneider então tenho um espécie de adoração. Vi todos os seus filmes e foi terrível quando morreu. Com uma vida tão infeliz...

À parte as desgraças, você gostaria de ser a nova Romy Schneider?

Vejo um outro belo elogio! Parecer com esta, aquela e aquela outra bela mulher. São todos elogios belíssimos, mas eu quero ser principalmente eu mesma. Faço de tudo para ser eu mesma.

 

O que queria fazer quando adulta?

Não previa de forma alguma me tornar uma modelo. Teria querido me tornar uma advogada.

Como seu pai?

Sim, teria ido trabalhar com prazer no seu escritório de advocacia. Depois, todos os meus programas foram para o espaço. Quando percebi da sorte que tinha tido, decidi renunciar.

A sua história parece uma fábula dos anos Noventa. E os momentos difíceis?

Existem, claro. Mas, por exemplo, nunca me sinto inadequada...

Qual é o segredo?

Muita disciplina. E depois, a capacidade de estar com os outros. Gosto de ficar no meio das pessoas. Gosto de responder com presteza ao tiro cruzado dos jornalistas nas conferências de imprensa. É como um desafio. Não tenho medo, é isso.

Só uma questão de disciplina?

Também um grande equilíbrio. E nesse sentido, é fundamental a educação recebida em família: isso me ajudou muito. Formou o meu caráter dando-me segurança, praticidade e equilíbrio. E não perder o domínio da situação nos momentos mais complexos. É mérito dos meus pais se agora, por exemplo, sei falar em público sem timidez.

De acordo com a mídia, os seus amores nascem e mudam rapidamente, hoje Alberto de Mônaco, amanhã Julio Boca. Qual é a verdadeira Claudia?

A verdadeira Claudia é uma garota com muitos amigos. O príncipe Alberto é um desses, outro é Julio Boca. Mas depois, há também Placido Domingo ou Peter Gabriel e muitos outros personagens públicos. Assim, quando apareço em alguma fotografia junto a eles, a imprensa de todo o mundo os transforma imediatamente em namorados! Mas não é verdade.

Mas, no seu futuro, existe um namorado, um marido, filhos?

Estou super disposta a me apaixonar e logo ainda. Mas por enquanto não tenho nenhum companheiro pelo simples motivo que não me apaixonei por ninguém.

O que olha mais em um homem?

Não tenho um tipo estético ideal. A primeira coisa que vejo é o caráter e, principalmente, o senso de humor. A um homem peço que tenha fascínio, de me conquistar com a inteligência, com a cabeça, enfim. Que saiba o que e a ironia e que saiba ensiná-la a mim. Se não se consegue rir, na vida…

É difícil ser seu namorado …

Todos os companheiros das pessoas famosas devem ter um caráter forte. Eu gosto dos homens de caráter, mas que sejam também sensíveis. Para andar por aí comigo, é preciso suportar o barulho, as intrusões, as fofocas, os jornalistas...

Tem sentimentos de culpa?

Como assim?

Bem, parece que você tenha tudo: beleza, celebridade, dinheiro…

Eu acho que tenho sorte, isso sim, agradeço a Deus e aos meus pais que fizeram nascer assim. Por isso, quando posso tento fazer algo útil, social.

Na moda, porém, não há só os bons sentimentos. Há também a droga, o álcool, as rivalidades …

Droga e álcool não me interessam. Os ciúmes, esses sim, mas não os entendo. As modelas têm físico, caráter e mentalidade tão diferentes que, ao meu ver, há lugar para todas. E também, sempre há lugar para todas. E depois não é necessário ser belíssimas. Cada mulher tem algo de bonito. É preciso só valorizá-lo.

O que é necessário para conseguir?

Principalmente, caráter, porque existem tantas garotas bonitas no mundo... Depois educação, personalidade e disciplina.

Disciplina alimentar também?

Não demais. Não e não tomo bebidas alcoólicas, mas só porque não gosto. Não como muita carne porque acho que não faz bem à saúde e estou atenta às gorduras. Porém, adoro chocolate... Ah! também a Fanta naturalmente! (ri ).

Que relação tem com dinheiro?

Não é a coisa mais importante, mas me permitirá, no futuro, fazer o que desejo. Dinheiro é liberdade.

O que significa para você a palavra sexo?

Para mim? (parece realmente surpresa ).

Sim, para você

Bem, uma coisa que acontece naturalmente entre duas pessoas apaixonadas uma pela outra. É isso.

Acredita possuir uma grande carga erótica ou, ainda, sensual?

Absolutamente.

Absolutamente não?

Absolutamente sim!

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