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SEGUNDA / D. FERNANDO, INFANTE DE PORTUGAL

 
Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
As horas em que um frio vento passa
 
 
Por sobre a fria terra.
Pôsme as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
 
 
E este querer grandeza são seu nome
Dentro em mim a vibrar.
E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
 
 
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.
 

TERCEIRA / D. PEDRO, REGENTE DE PORTUGAL

 
Claro em pensar, e claro no sentir,
É claro no querer;
Indiferente ao que há em conseguir
Que seja só obter;
 
 
Dúplice dono, sem me dividir,
De dever e de ser —
Não me podia a Sorte dar guarida
Por não ser eu dos seus.
 
 
Assim vivi, assim morri, a vida,
Calmo sob mudos céus,
Fiel à palavra dada e à ideia tida.
Tudo o mais é com Deus!
 

QUARTA / D. JOÃO, INFANTE DE PORTUGAL

 
Não fui alguém. Minha alma estava estreita
Entre tão grandes almas minhas pares,
Inutilmente eleita,
Virgemmente parada;
 
 
Porque é do português, pai de amplos mares,
Querer, poder só isto:
O inteiro mar, ou a orla vã desfeita —
O todo, ou o seu nada.
 

QUINTA / D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL

 
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
 
 
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
 
 
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
 

IV. A COROA

NUN'ÁLVARES PEREIRA

 
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando.
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.
 
 
Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.
 
 
'Sperança consumada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!
 

V. O TIMBRE

A CABEÇA DO GRIFO / O INFANTE D. HENRIOUE

 
Em seu trono entre o brilho das esferas,
Com seu manto de noite e solidão,
Tem aos pés o mar novo e as mortas eras —
O único imperador que tem, deveras,
 
 
O globo mundo em sua mão.
 

UMA ASA DO GRIFO / D. JOÃO O SEGUNDO

 
Braços cruzados, fita além do mar.
Parece em promontório uma alta serra…
O limite da terra a dominar
O mar que possa haver além da terra.
 
 
Seu formidável vulto solitário
Enche de estar presente o mar e o céu
E parece temer o mundo vário
Que ele abra os braços e lhe rasgue o véu.
 

A OUTRA ASA DO GRIFO / AFONSO DE ALBUQUERQUE

 
De pé, sobre os países conquistados
Desce os olhos cansados
De ver o mundo e a injustiça e a sorte.
Não pensa em vida ou morte
 
 
Tão poderoso que não quere o quanto
Pode, que o querer tanto
Calcara mais do que o submisso mundo
Sob o seu passo fundo.
 
 
Três impérios do chão lhe a Sorte apanha.
Criou-os como quem desdenha.
 

O MAR PORTUGUÊS

Mar português – são apresentadas as navegações e conquistas marítimas de Portugal. Apresenta as principais etapas da expansão ultramarina que levou Portugal a ocupar um lugar de destaque no mundo durante os séculos XV e XVI: "E ao imenso e possível oceano / Ensinam estas Quinas, que aqui vês, / Que o mar com fim será grego ou romano: / O mar sem fim é português." Esta segunda parte (O Mar Português) é formada por 12 poemas:

I. O INFANTE

 
Deus quere, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagroute, e foste desvendando a espuma,
 
 
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
 
 
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!