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Dentinhos que o vaivem desengastára…
Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos…
 
 
Foi um dia de inuteis agonias.
Dia de sol, inundado de sol!…
Fulgiam nuas as espadas frias…
Dia de sol, inundado de sol!…
 
 
Foi um dia de falsas alegrias.
Dáhlia a esfolhar-se, – o seu molle sorriso…
Voltavam os ranchos das romarias.
Dáhlia a esfolhar-se, – o seu molle sorriso…
 
 
Dia impressivel mais que os outros dias.
Tão lúcído… Tão pallido… Tão lúcido!…
Diffuso de theoremas, de theorias…
 
 
O dia futil mais que os outros dias!
Minuete de discretas ironias…
Tão lúcido… Tão pallido… Tão lúcído!…
 
 
Passou o outono já, já torna o frio…
– Outono do seu riso maguado.
Algido inverno! Obliquo o sol, gelado…
– O sol, e as aguas limpidas do rio.
 
 
Aguas claras do rio! Aguas do rio,
Fugindo sob o meu olhar cançado,
Para onde me levaes meu vão cuidado?
Aonde vaes, meu coração vazío?
 
 
Ficae, cabellos d’ella, fluctuando,
E, debaixo das aguas fugidias,
Os seus olhos abertos e scismando…
 
 
Onde ides a correr, melancolias?
– E, refractadas, longamente ondeando,
As suas mãos translucidas e frias…
 
 
Quando voltei encontrei os meus passos
Ainda frescos sobre a humida areia,
A fugitiva hora, reevoqueia,
– Tão redíviva! nos meus olhos baços…
 
 
Olhos turvos de lagrimas contidas.
– Mesquinhos passos, porque doidejastes
Assim transviados, e depois tornastes
Ao ponto das primeiras despedidas?
 
 
Onde fostes sem tino, ao vento vario,
Em redor, como as aves n’um aviario,
Até que a azita fôfa lhe falleça…
 
 
Toda essa extensa pista— para quê?
Se ha-de vir apagar-vos a maré,
Como as do novo rasto que começa…
 
 
Imagens que passaes pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixaes?
Que passaes como a agua crystallina
Por uma fonte para nunca mais!…
 
 
Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncaes,
E o vago mêdo angustioso domina,
– Porque ides sem mim, não me levaes?
 
 
Sem vós o que são os meus olhos abertos?
– O espelho inutil, meus olhos pagãos!
Aridez de successivos desertos…
 
 
Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
– Estranha sombra em movimentos vãos.