Sangue Viciante

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Skye acenou, – Isso mesmo, e é exactamente assim que eu te vou ensinar a ler. Eu vou-te dar as minhas memórias de como aprender a ler. Limpa a tua mente e entra em mim.

Ele sorriu quando viu que ela já tinha fechado os olhos. Estendendo a mão, Skye colocou as mãos sobre as dela e deixou a mente dele voltar para o passado… mais especificamente para quando ele encontrou a sala de armazenamento debaixo da biblioteca. Ele sentiu as mãos de Aurora tremerem quando ela sentiu a solidão dele, mas ele não conseguiu esconder isso dela.

Ele estava deitado no velho sofá empoeirado que tinha sido guardado no porão do prédio e, fora do tédio, começou a folhear as páginas de um dos muitos livros que tinham fotografias. Os seus olhos fecharam-se quando ouviu a porta por cima dele bater, seguida de passos. Skye tinha se escondido prontamente na escuridão em cima de uma das estantes altas quando um homem idoso desceu as escadas com uma pilha de livros.

Ele ouviu o velho homem murmurar para si mesmo, reclamando que os clássicos maravilhosos estavam escondidos como algo obsceno e colocou a sua carga de livros numa das muitas caixas, tossindo quando uma pequena nuvem de poeira surgiu do impacto. O homem ficou ali um momento antes de levantar o livro de cima da pilha e ler um pouco dele em voz alta.

Skye estava hipnotizado pelas palavras ditas o suficiente para deixar a sua aura esticar-se e tocar a mente do homem enquanto ele lia. Ouvindo as palavras e aprendendo a navegar pelas letras usando o intelecto do velho, Skye percebeu que tinha aberto um mundo totalmente novo de vasta informação e contentamento.

Depois que o velho deixou a grande área de armazenamento, Skye aproximou-se da pilha de livros e começou a olhar através deles mais de perto desta vez. Não eram mais as fotos em que ele estava interessado. Ele tinha passado os dias seguintes ensinando-se a simplesmente compreender o conteúdo dos livros palavra por palavra, apenas deixando a sua aura alcançar os livros da mesma forma que tinha alcançado a mente do homem.

As palavras voaram através da sua mente como uma brisa de conhecimento. Quanto mais o fazia, mais depressa se tornava capaz de ler uma enciclopédia no espaço de poucos minutos e, em seguida, enchê-la com uma obra de ficção para estimular a sua imaginação.

– Oh uau – Aurora respirou enquanto absorvia o conhecimento de Skye através da sua ligação.

Skye deixou o passado para trás e abriu os olhos, – Agora eu quero que tentes.

Ele sorriu novamente quando Aurora inclinou a cabeça para o lado e virou a sua atenção para o livro debaixo dos seus dedos. Ele rapidamente entrou na mente dela e compartilhou a experiência quando as primeiras palavras que ela leu começaram a passar pela mente dela e pela dele.

Capítulo 4

Precisando de algo para fazer, os rapazes tinham ido para a cozinha onde Michael serviu um copo de vinho tinto para ambos.

Michael inalou profundamente, ainda sentindo uma leve onda de poder da caça demoníaca que ele havia feito no início do dia. Ele sorriu de satisfação sabendo que ele poderia dar um impulso a essa corrida assim que ele teve a oportunidade de voltar lá fora entre os demónios. Ele olhou para cima e apanhou o Kane a observá-lo de perto e depois franziu o sobrolho quando a loira rapidamente baixou os olhos para a bebida e a pegou.

– Então, – Michael pegou o seu próprio copo tornando-se suspeito, – como é que tu apareceste ao mesmo tempo que Aurora e Skye nos vinham visitar?

Kane encolheu os ombros, – Kriss e Dean convidaram Tabatha e eu para jantar e eles apareceram, então nós transformamos isso num jantar. Eles mencionaram que estavam a vir para cá e eu pensei que como não tive oportunidade de falar com vocês, eu só queria… verificar.

Michael franziu, – Não foste fumar dessa vez?

– Não desta vez, – Kane respondeu com um sorriso, mas o humor dele desapareceu abruptamente. Já que Michael já estava a ficar paranóico, mais vale fazer uma pequena pesca. Ninguém para bater à volta do mato ele optou pela verdade. – Dean disseme que te viu hoje cedo.

– Sim, ele disse, – Michael disse evasivamente, já não gostando da direcção que a conversa parecia estar a tomar.

– Ele também disse que tu estavas a beber de um demónio, – Kane disse sem rodeios e baixou o copo. – Quando tu começaste a fazer isso?

O Michael não perdeu uma oportunidade com a mentira, – Quando a coisa decidiu morder-me primeiro.

Os lábios de Kane se separaram para dizer algo, mas o que ele poderia dizer sobre isso? Pegando no copo de volta, ele tomou outra bebida enquanto pensava nisso.

Vendo a súbita careta de Kane, Michael a colocou um pouco mais grossa, acrescentando um pouco da verdade. – Eu apanhei a coisa observando Aurora quando fui visitá-la mais cedo e segui o seu cheiro até um beco. Eu achei que seria uma matança fácil, então eu não tinha exactamente a minha guarda levantada. Quando dei por mim, ele tinha prendido os seus dentes no meu ombro. Isso me irritou tanto que decidi morder de volta… Acho que não estava à espera disso.

– Provavelmente não, Kane murmurou tentando ouvir os pensamentos de Michael, mas o único feedback que ele estava a receber era um sentimento de culpa e desejo que era meio confuso, então ele parou de tentar.

Michael sorriu como se fosse tudo engraçado. – Aconteceu que o sangue dele curou a ferida quase instantaneamente, então eu bebi até que ele estivesse morto. Problema resolvido.

Kane armou uma sobrancelha e saudou Michael com seu copo antes de incliná-lo de volta e drenar o resto da bebida vermelha. Parecia uma explicação razoável, mas ainda não respondeu à pergunta sobre porque é que ele tinha sido tão duro com Dean. Ele começou a perguntar a Michael qual era o sabor do sangue do demónio, mas decidiu adiar por agora. Além disso… se ele quisesse saber o suficiente, ele poderia apenas morder um e descobrir.

Por alguma razão equivocada, o rosto podre de Miséria passou na mente de Kane e ele teve que virar as costas para Michael para evitar que o seu irmão visse a expressão repugnante que estava a distorcer nos seus lábios. Ele dirigiu-se para o frigorífico para encontrar algo que lavasse o sabor imaginário da sua boca.

Michael deslizou para um dos bancos do bar quando sentiu arrepios frios a atravessar o seu corpo e amaldiçoou interiormente quando uma fina película de transpiração se formou na sua testa.

Falar sobre o sangue do demónio só lhe tinha dado vontade de caçar e ele precisava desesperadamente de uma distracção. Ele passou a mão pelas suas longas franjas esperando não ter dado a Kane a idéia de beber sangue de demónio. Ele podia lidar com os surtos de energia, mas não tinha como saber como Kane iria lidar com isso e a última coisa que eles precisavam era de outra brecha entre LA e o reino dos demónios.

Michael sacudiu-se dos seus pensamentos e virou a cabeça para ver o rabo de Kane saindo do frigorífico.

– O que raio estás a fazer? Michael perguntou.

Kane reapareceu com uma pilha de carne de almoço, maionese, mostarda, azeitonas pretas, alface e um tomate maduro. – Tens comida… estamos a comer.

– Eu pensei que tinhas acabado de comer na casa de Kriss, – Michael rosnou ainda a desejar algo muito melhor do que uma sanduíche. Ele limpou a manga na testa e focou-se em se acalmar.

– Sim, agora eu estou com fome de novo… e pelo aspecto das coisas, tu mesmo deixaste cair alguns quilos, – Kane respondeu vendo um pouco do Dr. Jekyll e Sr. Hyde, do Michael.

Esperando que o vinho muito velho e forte pudesse pelo menos tirar a borda, Michael derramou mais para ambos enquanto Kane se ocupava em fazer comida.

– Então, mais alguma coisa na tua cabeça? – ele perguntou não gostando do silêncio pesado.

Kane franziu a sobrancelha enquanto arranjava o seu esconderijo no bar, – Na verdade, sim, há. Dean magoou-se e eu não acho que se esteja a curar muito bem. Não parecia tão mau quando ele me mostrou pela primeira vez, mas enquanto a noite passava eu comecei a sentir a doença dentro dele.

– Samuel conseguiu esfaquear Dean com a sua Lâmina Demoníaca, – Michael ofereceu-se sabendo que ambos estavam lá para testemunhar a dor que a lâmina tinha causado a Ren. – Essa é a ferida de que falas?

Kane acenou, – Eu estive a pensar. Se uma Lâmina Fallen pode matar Samuel… ou qualquer demónio, então é razoável que uma Lâmina Demoníaca possa matar um Fallen… certo?

– Certo, – Michael acenou com a cabeça tendo encontrado a sua distracção.

Kane começou a cortar o tomate com uma velocidade obscena, – Nós os dois sabemos a confusão que a mesma Lâmina do Demónio fez de Ren, mas Ren não é um Fallen e Dean ainda está vivo. Nós curamos Ren com a Lâmina Fallen que eu estou assumindo que Dean e Kriss têm desde que eles são Fallen. Mas, se isso é o que é preciso para curar Dean, então eles teriam usado até agora e eles obviamente não têm… então, uma Lâmina Fallen não deve ser uma opção quando se trata de curar uma Fallen.

As emoções de Michael esticaram-se entre a raiva sobre a tentativa de Samuel em Aurora, e a preocupação com a sobrevivência de Dean. – A intenção de Samuel era matar Aurora com a Lâmina do Demónio, então sim… é seguro assumir que uma Lâmina do Demónio pode matar uma Fallen.

– Tu e o Dean parecem ter muito em comum hoje em dia, – informou Michael Kane, olhando para a obra-prima de uma sanduíche que ele estava a fazer.

– E o que seria isso? perguntou Michael.

– Vocês estão a fingir que estão bem quando não estão, – disse Kane sem rodeios.

– Ok, Doutor Sinta-se Bem, mas não sou eu que estou a morrer, então tu podes-te querer concentrar em Dean e deixares-me cuidar de mim próprio. – Michael disse e agarrou o copo um pouco mais apertado.

– Verdade, disse a Kane com um suspiro. Ele sabia que tinha empurrado Michael o suficiente por enquanto e provavelmente estava certo sobre Dean precisar de mais atenção.

 

– Como estão Kriss e Tabatha? Michael pediu para mudar o tópico.

Kriss está a melhorar, – Kane sorriu segurando a faca. – Ele não namorisca mais com

Tabatha, o que é uma coisa boa para a sua saúde contínua. Quanto a Tabatha… – Kane suspirou dramaticamente e abanou as sobrancelhas.

– Não quero saber – , Michael levantou as mãos em derrota.

– Tu fazias isso se tivesses mais sexo, – Kane disse chegando à rápida conclusão de que se.

Michael voltasse toda a sua atenção para Aurora então o que quer que essa coisa de demónio fosse provavelmente passaria à história.Michael sorriu e brindou Kane com a sua bebida, – Num elevador… hoje cedo.

Kane bateu com a faca no balcão e olhou para o irmão mais novo. – Ok, primeiro é o metro, depois o telhado de Love Bites, e agora fizeste sexo num elevador? Quem és tu e o que fizeste com o meu Michael?

– Michael tornou-se num viciado em sexo, – Michael respondeu com uma cara séria e roubou o sanduíche que Kane acabou de fazer.

– Não, – Kane resmungou, – tu és um exibicionista e um ladrão de sanduíches.

– Então, faz outro sanduíche, – Michael ofereceu e olhou para o que estava na mão dele. – Isso é muito bom.

Kane interiormente gostou que o Michael estivesse a tomar algo para além de sangue do demónio. Ele brevemente brincou com a ideia de se mudar com a Tabata de volta para a casa, mas rapidamente descartou a noção. Se eles voltassem para casa, isso poderia atrapalhar os estranhos fetiches sexuais de Michael e Aurora.

Scrappy sentou-se no chão entre eles olhando para frente e para trás. Quando ele sentiu que o tinham ignorado por tempo suficiente, ele latiu. Eles tinham comida e ele queria um pouco dela.

Kane olhou para o Scrappy, – Queres um pouco desse rosbife, não queres?

Scrappy rodopiou em círculos nas suas patas traseiras enquanto dava a Kane um olhar lamentável.

– Aqui vai, – Kane disse e mandou quatro fatias grossas para chão que Scrappy começou a devorar imediatamente.

Michael tinha acabado de terminar o seu sanduíche quando ouviu o riso leve de Aurora vindo da biblioteca. Ele fechou os olhos para se divertir. O som do riso dela era exatamente o que esta casa fria e vazia precisava.

– O que fazer para verificá-los? – Kane pediu para não ter que ser um leitor de mentes para saber o que Michael estava a pensar. Ele sorriu quando Michael se levantou sem responder e se dirigiu para a porta.

Os dois homens voltaram para a biblioteca e fizeram uma pausa dentro da porta quando viram uma iluminação ao redor dos dois Fallen onde eles se colocaram de frente um para o outro no chão. Havia um livro a pairar no ar entre eles e ambos estavam a tocar nele, mas os seus olhos estavam fechados. Eles não podiam ver o rosto de Skye nesse ângulo, mas Aurora estava a sorrir com pequenas mudanças na sua expressão como se estivesse a assistir a um filme.

Kane inclinou-se contra a parede enquanto Michael estava lá, fascinado pelo que ele estava a testemunhar. A luz que brilhava lentamente implodiu de volta para a ponta dos dedos deles e o livro caíu ao chão.

Os lábios de Aurora dividiram-se em admiração enquanto ela abria os olhos para os focar no Skye. – Mas ele deixou-a ali na janela, – ela disse sentindo-se feliz e confusa ao mesmo tempo. Ela pegou no livro e o abraçou como se tivesse pena das pessoas lá dentro.

– Você já sabe ler? – Michael perguntou por não estar a acreditar muito nos seus olhos.

– Nós ainda enganamos um bocado, – Skye respondeu com um sorriso. – Mas para ter certeza de que ela realmente entendeu, começamos com alguns dos contos de fadas. Como todas as garotinhas… Disney parece ser a sua favorita.

Michael aproximou-se de Aurora e agachou-se atrás dela para poder olhar por cima do seu ombro para o livro. Ele sorriu suavemente uma vez que ele percebeu exatamente qual livro ela estava a ler.

– Peter Pan. Esse sempre foi um dos meus favoritos, – ele disse gentilmente, entendendo que era provavelmente do rapazinho de quem ela sentia pena.

Aurora sorriu para ele e colocou um beijo na bochecha dele, – Obrigado por nos deixar vir aqui e ler os seus livros.

Michael estava prestes a responder quando o rosto de Kane estava de repente a olhar por cima do outro ombro dela. Ele olhou para a loira e quis saber o que ele achava que estava a fazer.

– Essa é a cópia que eu comprei para você em Londres? – Kane perguntou com uma inclinação da cabeça.

– Sim, é, – respondeu Michael. – Agora, por favor, pare de se inclinar assim sobre ela.

– Oh, está tudo bem… Não me importo, – disse Aurora. – Eu ainda lhe devo por o ter mandado pelas escadas abaixo.

Skye franziu a sobrancelha por ainda não ter ouvido essa história e se inclinou de volta em suas mãos tentando imaginar a Aurora a enfrentar o Deus do Sol loiro que era poderoso o suficiente para abrir portais no reino dos demónios.

– Não se preocupe com esse amor, – Kane a informou galantemente. – Michael vai eventualmente perceber que eu estou a fazer um completo incómodo de propósito e a ameaçar me matar enquanto me persegue pela casa com uma de suas espadas.

As palavras mal tinham saído da boca de Kane quando a ponta de tal espada apareceu sob o queixo de Kane. Ele arqueou uma sobrancelha e lentamente levantou-se, olhando para o Michael enquanto ele fazia isso. Os dois irmãos olharam um para o outro por um momento antes de Kane de repente esmagar a espada de lado e correr como o inferno pela porta da biblioteca.

– Volta aqui! – Michael gritou.

– NÃO! Kane gritou de volta. – Tu vais magoar-me e eu magoo-me facilmente.

Aurora e Skye permaneceram na biblioteca ouvindo os sons de batidas antes dos sons subirem as escadas e mais barulho começou. Os Fallen olharam um para o outro antes deles desatarem a rir.

– Aqueles dois são mais engraçados do que eu pensava, – Skye admitiu. Ele não sabia o que esperar quando eles apareceram pela primeira vez. – Escolhe o próximo livro, – ele disse acenando para a pilha.

Aurora olhou para eles e finalmente escolheu um que tinha um castelo na capa. Por curiosidade, ela começou a folhear as páginas em busca de fotos. Ela franziu o sobrolho e rapidamente fechou o livro, assobiando quando sofreu um corte de papel devido à rapidez dos seus movimentos.

– Ai, – ela franziu o sobrolho lembrando-se de ter sido cortada pelas lâminas afiadas da relva onde brincava quando criança. Sempre a surpreendeu como uma fatia tão pequenina podia picar tanto.

Skye sorriu observando o seu olhar para o seu dedo ferido. – Sabes, as imagens que vês na tua mente são muito melhores do que qualquer coisa que encontres desenhada nas páginas de qualquer maneira.

Lá em cima, Kane viu-se preso à parede no jogo que ele e o Michael estavam a jogar. Ele adivinhou que estava enganado em pensar que Michael estava a ter problemas porque ele parecia tão divertido quanto normalmente era.

– Tu magoas-te com facilidade hum? – Gozou o Michael.

– Eu ainda posso chutar o teu traseiro para a próxima semana, – Kane disse maliciosamente.

Michael sorriu e soltou o Kane, deixando-o cair no chão. Eles olharam um para o outro, Kane do chão e Michael lentamente a pousar sobre os seus pés. Eles começaram-se a rir porque nenhum deles tinha percebido que Michael estava realmente a segurar Kane fora do chão.

Kane estava prestes a se levantar quando um cheiro tentador chegou até ele. Ele franziu o sobrolho quando notou que a cor obsidiana de repente oprimia a ametista dos olhos de Michael. Ele observou com um mórbido fascínio enquanto Michael inalou profundamente e olhou por cima do ombro em direcção à escada.

Michael engoliu quando sentiu o cheiro do sangue de Aurora. Era uma pequena quantidade, mas ainda o suficiente para mandar o seu desejo momentaneamente esquecido de se vingar. Com o próximo batimento cardíaco, Michael seguiu pelo corredor e desapareceu da vista de Kane.

Toda a diversão desapareceu de Kane e o humor desapareceu do rosto dele. A única vez que ele encontrou uns olhos tão escuros como aqueles ele deveria estar a olhar para o rosto de um demónio.

– Bem… isso não pode ser bom, – ele apontou para o corredor vazio.

Rapidamente, Kane estava de pé e seguindo Michael descendo as escadas. Não foi preciso ser um cientista de foguete para saber o que era aquele doce cheiro e de onde ele vinha. Ele entrou na biblioteca mesmo a tempo de ver Michael se ajoelhar num borrão ao lado de Aurora e pegar a mão dela na dele.

Aurora vacilou quando Michael de repente apareceu ao lado dela e segurou a mão dela. A acção quebrou a concentração dela e da Skye e ela quis saber o que ele estava fazendo até que ele levantou a mão dela para inspecionar o pequeno corte que ela tinha recebido da página fina do livro. Uma única gota de sangue vermelho brilhante tinha brotado e ela franziu o sobrolho perguntando se ele simplesmente não queria que ela pegasse no livro dele.

Olhando para os olhos dele, ela ficou assustada ao encontrar apenas pequenas manchas de ametista brilhante espalhadas dentro de um mar de escuridão. – Michael? Ela sussurrou sabendo que algo estava errado com ele.

Todo o movimento parou enquanto o Michael lentamente trouxe o dedo ferido para os lábios dele e beijou a ferida. Incapaz de resistir à tentação, ele puxou a ponta do dedo dela na boca dele e a chupou sensualmente. Ele queria mais do sabor dela e deixou a borda da presa dele gentilmente deslizar através do corte.

Aurora suspirou quando o calor começou a subir em espiral pelo núcleo e pela piscina entre as suas pernas. A sensação da língua dele esfregando eroticamente contra o dedo dela fez com que ela chorasse suavemente e ela mordeu o lábio quando os dentes afiados dele raspavam a ferida, picando e acalmando ao mesmo tempo.

Skye permaneceu encostado ás suas mãos, também observando o Deus do Sol com uma atenção arrebatada. A conexão entre ele e Aurora não tinha sido completamente quebrada e ele estava inadvertidamente desviando um pouco do que ela estava sentindo… e foi incrível. Ele tentou esconder o facto de que a sua respiração se tinha acelerado com respirações superficiais.

Michael fechou os olhos e saboreou a pequena onda de poder até que se transformou num desejo avassalador de drenar demónio após demónio. Notando o silêncio ensurdecedor, ele olhou para cima para encontrar Kane observando-o de perto da entrada da biblioteca. Ele amaldiçoou-o interiormente sabendo que tinha acabado de dar a sua fraqueza para o seu irmão muito observador.

Kane sabia com certeza que Michael não estava no seu perfeito juízo, mas isso estava lá fora. No momento em que os seus olhos se encontraram, Kane pode ver a fome de Michael como se fosse algo tangível… contagioso e viciante. O seu irmão tinha recentemente esvaziado muito mais do que apenas um demónio e tinha mentido sobre isso.

A sua mente procurou respostas e de repente fez sentido porque Michael estava a beber sangue de demónio. Se apenas algumas gotas de sangue Fallen pudessem causar esse tipo de reacção… então ser capaz de deixar cair toda a contenção e drenar completamente a semente de um Fallen seria o equivalente ao chocolate preto.

Kane desviou o seu olhar para a Aurora vendo a cor alta se espalhar pelas suas bochechas e a forma como a sua respiração tinha ficado instável. Ela estava a ficar excitada com os lábios de Michael, não compreendendo que se ele perdesse a sua contenção, as coisas poderiam tornar-se muito perigosas para ela. Ela era uma inocente em tudo isso, apesar de ter inadvertidamente causado a estranha adição de Michael.

– Mais uma prova de que o amor é cego, pensou Kane para si mesmo.

O chão vibrou através das botas de Kane, mas ele pagou-lhe sem problema até que ele viu um dos livros a começar a tremer fora do seu lugar na prateleira. Olhando ao redor da sala, ele notou mais do que alguns dos volumes a tremer no lugar. Kane levantou a mão para empurrar o livro mais próximo dele de volta para dentro quando viu a lâmpada na mesa perto de Michael começar a deslizar através da superfície polida em direcção à borda.

– Michael, – o sussurro suave de Kane soava alto no silêncio da sala.

Michael podia ouvir o aviso na voz de Kane e ele vacilou percebendo o que estava a fazer. Afastando-se da lesão da Aurora, ele deu um beijo suave na ponta do dedo dela antes de a soltar e forçando-se a se afastar calmamente.

– Você deve ter cuidado, às vezes as páginas desses livros antigos são afiadas, – ele sorriu, distraindo-a do que tinha acabado de fazer.

Aurora lentamente puxou a mão para trás e fechou-a, ainda sentindo o calor dos lábios de Michael na pele dela. Ela trouxe a mão para o seu peito e protegeu o sentimento maravilhoso com a outra mão antes de acenar para Michael com os olhos brilhantes.

 

– Eu prometo ter cuidado, – Aurora disse timidamente e Skye acenou com a cabeça. Nenhum deles tinha notado as vibrações no quarto porque a atenção deles estava voltada para o beijo sedutor de Michael.

Para alívio de Kane, as vibrações de luz pararam imediatamente e a lâmpada parou de deslizar a menos de alguns centímetros da borda.

– Aurora, Skye, vamos deixá-los na leitura enquanto vamos explorar a área em busca de qualquer coisa que possa representar um perigo para os humanos, – Kane sugeriu, rezando para que Michael pegasse a dica e viesse com ele. – Além disso, se ficarmos aqui, seremos apenas uma distracção.

– Eu diria. – Os olhos de Skye abriram-se percebendo que ele tinha acabado de dizer isso em voz alta. Ele sorriu quando Aurora se riu dele.

Michael estava amaldiçoando-se interiormente e decidiu que Kane estava certo.... sair da sala foi a melhor ideia para o momento. O que ele não desejava era o fato de que Kane iria segui-lo e essa era a última coisa que ele precisava agora.

Voltando para Kane, Michael sorriu e acrescentou, – Você pode ficar com o leste enquanto eu procuro no lado oeste da área.

Ele perseguiu o seu irmão que pretendia fazer exactamente o que ele acabou de dizer e esperou que os demónios fossem estúpidos o suficiente para estarem por perto. Ele chegou até o alpendre antes que o irmão o apanhasse e o agarrasse pelo braço que o empurrava.

– O que foi isso? Kane pediu com um assobio baixo. – Foi apenas um pequeno ferimento, não valeu a pena esse tipo de atenção.

– Ela estava a sangrar, – Michael rosnou como se isso fosse resposta suficiente… não era e ambos sabiam disso.

Kane realmente olhou para ele, – Sangrava… – ele balançou a cabeça. – Não vai ser assim, Michael. Estás a agir cada vez mais como um viciado à procura da próxima dose e é no sangue dela que estás viciado. – Kane fixou o olhar dele agora que ele tinha percebido. – É por isso que tu estás a sangrar demónios secos. O sangue deles está-te a fazer alguma coisa, – ele acusou.

O rosto de Michael contorceu-se com raiva e ele virou Kane sem saber que os seus olhos agora eram negros. – Tu matas demónios à tua maneira e deixas-me matá-los à minha maneira. Todos estão a matar demónios ou ainda não ouviste falar da maldita guerra que começaste. Pára de tomar conta de mim. No caso de te teres esquecido, eu posso cuidar de mim… Fiz muito bem enquanto estavas no chão e nada mudou.

Os olhos de Kane se estreitaram, mas ele não disse nada enquanto Michael se afastava dele e saía da varanda. Ele podia ignorar os insultos, mas o que ele não podia ignorar era a escuridão dos olhos do irmão. Esse era o Michael Dean que estava tentando avisá-lo sobre isso.

Scrappy sentou ao lado dos pés de Kane e chorou baixo antes de olhar para o homem loiro.

Kane olhou para o cãozinho e suspirou cansado. – Eu sei, eu sei… sigam o irmão e espiem-no. Tu e Syn devem ter uma ligação mental que eu não conheço.

Ele não queria deixar Aurora e Skye sozinhos, mas ele achou que eles ficariam bem, já que a casa estava tão vigiada e felizmente parecia que o Michael tinha-se esquecido completamente deles… pelo menos por enquanto. Decidindo que ele tinha dado ao Michael um bom começo de vida, ele localizou o irmão usando o sangue que ele tinha dado ao Michael há alguns dias atrás como um localizador.

Não demorou muito para Kane se recuperar, mas quando o fez ele observou discretamente à distância. O que Michael estava a fazer era errado… bem.... não a parte de matar demónios, mas a forma como ele estava a fazer as coisas. Ele estava a usar o sangue deles como uma droga e, como com qualquer outra droga, você pesou os efeitos secundários para ver se valia a pena tomar a pílula. Até agora, os efeitos colaterais não pareciam tão bons.

Kane abaixou-se no ápice de um telhado inclinado e olhou para Michael que tinha diminuído o seu ritmo para um passo pensativo na rua vazia. Ele sentiu uma presença poderosa atrás dele e levantou-se com um suspiro.

– Será que eu preciso interferir?

Kane balançou a cabeça, – Não pai, eu tenho tudo sob controle.

Um riso suave reverberou à sua volta, – Tu simplesmente não queres ver Michael ser morto de novo, pois não?

– Nem por isso, – Kane suspirou e olhou por cima do ombro dele. – Eu devo isso ao Michael.

– Às vezes, acordar da morte coloca as coisas em perspectiva, – Syn pensou, mas ele não iria tirar esse sentimento de redenção a Kane a menos que fosse necessário.

– Nós já tentamos isso duas vezes, – Kane sentiu a necessidade de apontar. – Diz à mãe que eu disse olá.

Syn acenou com a cabeça e desapareceu, deixando Kane sozinho no telhado. Voltando para Michael, ele viu o seu irmão a caminhar até o alpendre de uma velha casa degradada ao lado dos carris da ferrovia. Kane inclinou a cabeça para o lado pensando no que Michael estava a fazer.

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