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A jornada para Hidaspes
O książce
É em Hidaspes que, em 326 a.C., Alexandre, o Grande e o seu exército de macedônios, após atravessarem uma região cheia de monções e de monstros desconhecidos – como deveriam ser, aos olhos dos antigos, os elefantes do exército de Poro – conquistaram a imensa região da Índia, ponto de viragem para o domínio do subcontinente indiano e de toda a Ásia menor e médio Oriente. Pedro Chambel resgata o evento épico e evoca a aura desta batalha ímpar. Em «A jornada para Hidaspes», seu primeiro livro de poesia, Chambel reconstrói o iter da vida: ainda jovem, sair da própria vila, buscar a conquista, desbravar o incógnito, enfrentar desafios impossíveis, surpreendentes, inimagináveis. Terá valido a pena pagar o preço? Na solidão do conquistador, o poeta senta-se «no cimo do mundo» e espera «pelas canções marinhas» enquanto escuta «o choro das crianças». Sua vida, tal como um navio, «segue frágil / solta-se ao vento / ao arrepio da maré». E embora o seu destino seja a conquista, prossegue «náufrago e sem perdão divino / nas viagens que faço por oceanos e rios sem memória». Como Pedro escreve, na batalha da vida, por vezes parece que perdemos «o barco de novo e de novo» e a «esperança num destino venturoso / é uma quimera sem futuro». Nesta jornada poética, o leitor percebe que não há vitória à vista, e que apenas «Seguimos / até ao dia / em que decidimos tocar nas mãos / que aladas nos perseguiam».