Czytaj książkę: «Anjo De Ouro (Anjos Caídos #5)»
ANJO DE OURO
ANJOS CAÍDOS 5
L.G. CASTILLO
Traduzido por LAURA TRUAN
Traduzido por LUDMILA FUKUNAGA
Copyright © 2020 por L.G Castillo.
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou outros métodos eletrônicos ou mecânicos, sem a permissão prévia por escrito do autor, exceto no caso de breves citações incorporadas em resenhas críticas e outros usos não comerciais permitidos pela lei de direitos autorais.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação do autor. Lugares e nome públicos são usados com propósitos de ambientação. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas ou negócios, empresas, eventos, instituições, ou locais é completamente coincidência.
Design de capa: Mae I Design
1
O olho direito de Leilani estava tremendo e com certeza iria pular para fora nos próximos dez segundos, cinco se Candy não calasse a boca.
– Meu pai é daltônico ou algo assim. Tipo, sério, eu disse a ele que queria rosa metálico. Por que se incomodar em perguntar que cor de Boxster eu queria se ele não ia comprar o certo? Quero dizer, sério, olhe para isso.
Candy sacudiu o pulso, enviando gotículas de água no ar enquanto apontava para a janela com um garfo molhado.
– Parece rosa metálico para você? Não é nem perto.
Leilani agarrou a faca que estava limpando com os olhos tremendo mais rápido.
Eu deveria ter pedido para limpar o banheiro. Qualquer coisa era melhor do que ouvir Candy falando daquele maldito carro esportivo.
– Você está tão quieta hoje. Não vai dizer nada sobre o meu presente de aniversário?
Se Candy batesse os cílios falsos dela mais uma vez, Leilani jurava que o faria…
Eu preciso desse trabalho. Eu preciso desse trabalho. Pense em Sammy.
Colocando seu sorriso mais doce, Leilani colocou cuidadosamente a faca na bandeja com os outros utensílios. Um dos garçons entrou e pegou a bandeja do balcão.
– É bonito – ela conseguiu falar quando olhou para o pesadelo rosa no estacionamento onde a Cabana de Taco do Sammy costumava ficar. – Você sabe, alguns de nós não têm muita sorte em receber um presente tão bonito.
– É, talvez. – Candy encostou-se no balcão, girando uma mecha de cabelo escuro em volta do dedo. – Acho que sim, poderia ser pior. Tipo, eu poderia ficar sem carro e pegar carona como você.
Ela não acabou de dizer isso. Cadê esse ajudante de garçom?
– Sem ofensa, Leilani. Quero dizer, é ótimo que você seja tão auto-suficiente, especialmente com sua mãe e padrasto mortos e tudo mais.
Ela cerrou os punhos, pronta para atacar Candy se ela não calasse sua boca logo. Ela não podia acreditar que realmente já fora amiga dessa garota. Candy costumava ser legal. Então um dia… Bam! Os peitos apareceram e o cérebro desapareceu.
– Não me ofendi. – Ela engoliu sua raiva e orgulho.
Piranha ou não, se não fosse por Candy e seu pai, ela não teria esse emprego. Tinha sido ideia de Candy pedir ao pai que desse um emprego a Leilani no restaurante ‒ embora suspeitasse que era mais por culpa do que amizade. Apenas alguns meses depois que seus pais morreram, a Cabana de Taco do Sammy foi demolida e uma placa anunciando que o Hu Beach Resort e Restaurante o havia substituído.
– Hey, já sei. Eu vou deixar você usar meu carro para um test drive. Você vai gostar dele. Mas certifique-se de tomar um banho antes de entrar, os assentos são um tipo especial de couro.
Ignorando as divagações de Candy, Leilani esfregou o peito. A dor ainda estava lá. Estava sempre lá. Desde o dia em que acordou no hospital e viu o rosto de tia Anela, a imensa dor se instalou em seu peito e não saiu mais.
Engraçado como as coisas que você mais odiava de repente se transformam no que você mais deseja.
Nos dias após a morte de seus pais, ela ficou sentada sozinha na cabana, desejando seu antigo emprego de volta. Ela desejou que sua mãe saísse da cozinha e a provocasse sobre seu cabelo curto e a importunasse para servir uma mesa. Ela desejou que seu padrasto viesse para a cabana, se esgueirasse por trás de sua mãe e agarrasse sua cintura, balançando-a no ar. Ela desejou poder revirar os olhos quando ele a beijasse profundamente e Sammy gritaria: – Eca. Pessoas velhas.
Desejos são sonhos que nunca se realizam.
Ela pegou um pano de prato e limpou vigorosamente o balcão já limpo, lutando contra a ardência em seus olhos.
Ela tinha sido estúpida ao pensar que poderia manter a cabana de tacos e administrar o negócio com a ajuda da tia Anela. A realidade lhe deu um tapa quando descobriu que seu padrasto tinha uma enorme hipoteca do local e uma dívida pendente. Tia Anela estava vivendo de assistência pública, eles mal tinham o suficiente para se alimentar. E que banco iria emprestar dinheiro para uma criança de quinze anos?
Sim, isso foi estúpido. Desejar, sonhar. Ela parou com todo esse absurdo infantil.
– Ai, ai. – Candy se inclinou, sussurrando: – Fale sobre ser uma garota de sorte. Você chega em casa com Kai todas as noites.
Kai estava ao lado da porta da cozinha, vestido com seu traje de dança de fogo. Bíceps maciços flexionando enquanto ele ajustava seu haku havaiano, um cocar de grama.
Os cílios de Candy estavam batendo tão rápido que ela estava prestes a decolar.
Ela realmente não podia culpar Candy por babar por Kai. Muitas garotas caíram aos seus pés sempre que o viam, especialmente quando ele usava seu malo vermelho, um sarongue que mostrava suas pernas musculosas.
Ele era todo músculo, e trabalhara duro para isso. Ele malhava todos os dias no quintal, levantando pesos e fazendo flexões com Sammy como seu treinador pessoal.
Ela riu, lembrando quando Sammy subia em suas costas, contando, enquanto Kai o levantava acima da cabeça. Se não fosse por Kai, pedindo a Sammy para ajudá-lo com seus treinos, Sammy provavelmente ainda estaria sentado na sala de estar negligentemente assistindo televisão.
– Essa nova roupa ficou ótima em você. Eu sabia que ficaria. Ooh, eu amo a tattoo! – Candy arrastou as unhas vermelhas e polidas pela tatuagem tribal que cobria o braço de Kai.
Ele franziu a testa.
– Então, isso foi ideia sua? Você pediu o micro tamanho ou algo assim?
– Não seja bobo. Foi ideia minha e eu estava certa. Você está fabuloso.
Leilani revirou os olhos. Se Candy piscasse mais, seus globos oculares estourariam.
Hum, agora esse era um bom pensamento. Talvez pudesse pedir que Kai flexionasse seus músculos um pouco mais.
– É muito pequeno e apertado. Eu mal consigo me mexer nessa coisa. – Ele puxou o malo, mexendo-o desconfortavelmente.
– Eu posso ajudá-lo com ajustes no seu guarda-roupa a qualquer hora.
Meu Deus. A garota maluca estava realmente ronronando suas palavras. Kai tinha esse estilo bad boy, coisa de dançarino de fogo que atraia Candy e todas as garotas num raio de dezesseis quilômetros até ele. Mas para Leilani, ele era apenas Chucky.
– O que há de errado, Leilani? – Kai perguntou, ignorando Candy.
Eu vomitei um pouco na minha boca.
– Nada. – Ela rapidamente deu um sorriso, ficara muito boa com o sorriso falso ao longo dos anos.
– Ei, Candy. Relaxe. Eu posso lidar com isso sozinho – ele disse, tirando as mãos de seu malo antes de voltar sua atenção para Leilani. – A que horas acaba o seu turno? – Perguntou ele.
– Certo! – Candy bufou enquanto saía da cozinha. – O show começa em quinze minutos, Leilani.
– Você vai fazer com que eu seja demitida, Kai – disse Leilani quando Candy foi embora.
– Ela fala demais. Não se preocupe, eu cuido disso. Então, quando acaba o seu turno?
– Logo após o show.
– Boa. Espere por mim no estacionamento?
– Sim, claro. – Ela deu-lhe um pequeno aceno quando saiu para se juntar aos outros dançarinos de fogo, que estavam fazendo alguns ensaios de última hora. Quando ele se foi, ela pegou o avental e jogou no balcão.
Sorrisos falsos. Agradecimentos falsos. Tudo falso. Essa era a vida dela agora.
Obrigada pelo trabalho, Sr. Hu. Obrigada por demolir a cabana de taco e cobri-lo com asfalto. Obrigada por me deixar fazer o hula com Candy todas as sextas e sábados à noite.
Ela se lembrou de uma época em que dançar era tudo o que ela queria fazer. Agora era apenas uma maneira rápida de ganhar alguns trocados extras. O dia em que seus pais morreram foi o dia em que seu mundo ficou escuro e toda a magia foi embora.
***
O vestiário estava uma bagunça de garotas e spray de cabelo. O ar estava tão denso que mal conseguia respirar.
– Então você e Kai tem alguma coisa agora? – Candy sentou-se na frente de um espelho, pressionando o pó bronzeador sobre seu amplo decote.
– Não, apenas amigos. – Ela se sentou na única cadeira vazia ao lado de Candy.
– Sério? Eu achei que tivessem, já que ele não saiu com mais ninguém depois de você.
Ótimo. Ela nunca iria esquecer a única vez que deixara Kai levá-la para o baile de formatura do ensino médio.
– Foi apenas um encontro. – Leilani puxou o elástico segurando o cabelo. Removendo isto, ela passou os dedos pelo cabelo grosso, afofando.
– Ah, um encontro por pena. Entendi.
Eu preciso desse trabalho. Eu preciso desse trabalho.
Na realidade, ela não podia ficar com raiva de Candy porque tinha sido mesmo por pena. Desde a morte de seus pais, Kai fez tudo o que pôde para ajudar. Ele era um irmão mais velho para Sammy; ajudava em casa consertando as coisas sempre que quebravam; e ele até se oferecia para emprestar dinheiro, o que ela recusava veementemente. Embora de vez em quando pegasse a tia Anela colocando algum dinheiro no bolso do vestido enquanto acariciava a bochecha de Kai.
Ela suspeitava que tia Anela e Kai tinham planejado para ela ir ao baile, mesmo que fosse a última coisa que ela queria fazer. Kai lhe perguntou durante o jantar bem na frente de tia. Era difícil dizer não depois que a tia disse sim por ela e imediatamente marchou para o quarto e tirou um vestido que tinha comprado apenas para a ocasião.
Sim, totalmente premeditado.
– Então, ele está saindo com alguém?
– Não que eu saiba. Se está tão interessada nele, você deveria convidá-lo para sair.
– Hum, talvez. – Candy olhou para seu reflexo pensativo por um momento. – Apresse-se e coloque sua saia. Não se atrase como da última vez… ah! – Pegando um batom no balcão, ela jogou para Leilani. – Use isto. Essa coisa barata que você usa não está funcionando para você. Nós temos que parecer bem bonitas Precisamos manter o lugar lotado, você sabe. Você viu as garotas no novo resort do outro lado da ilha? Elas são ótimas.
O olho de Leilani se contraiu novamente.
Eu preciso desse trabalho. Eu preciso desse trabalho.
Candy saiu do provador improvisado pouco antes de Leilani pudesse derrubá-la no chão.
Por Deus, as coisas que faço para pagar as contas. Ela passou o batom sobre os lábios e olhou para si mesma no espelho.
Droga! Candy estava certa. A cor ficava bem nela.
Jogando o batom na mesa, ela tirou os sapatos, vestiu o traje e foi em direção ao palco.
Ela olhou para a multidão. Todas as mesas do salão estavam cheias. Isso deveria deixar o Sr. Hu feliz.
Alguns dos garotos que serviam as mesas estavam ocupados acendendo as tochas que rodeavam o perímetro externo. A multidão vibrou de excitação quando algumas das garotas do hula se misturavam com os convidados.
Ela odiava essa parte do trabalho. Era como se entregar aos turistas, e estava prestes a se juntar a elas quando uma sensação estranha tomou conta dela.
Algo estava errado.
Sammy! Onde está Sammy?
Ela examinou a platéia, subitamente ansiosa. Então soltou um suspiro quando o viu sentado à mesa onde o deixara.
Pobre garoto. Ele parecia entediado com os pés apoiados na mesa, recostado na cadeira e lendo uma revista em quadrinhos. Ele estava acostumado a ter que esperar seu turno terminar sempre que tia Anela não estava se sentindo bem o suficiente para cuidar dele e ele nunca reclamava.
A ansiedade não desapareceu, no entanto. Em vez disso, ficou mais forte.
Seus olhos examinaram a platéia, imaginando o que estava diferente. Perto do palco havia cinco mesas cheias do que pareciam caras de fraternidade vestindo camisetas combinando com símbolos gregos. Claro que Candy estava ocupada em uma das mesas, escrevendo seu número em um guardanapo.
O coração de Leilani bateu forte. Por que ela estava nervosa? Nunca ficava nervosa.
Música tocou suavemente em segundo plano, era a dica de que o show de hula estava prestes a começar. Seu coração disparou mais rápido quando Candy e as outras meninas subiram ao palco para tomar seus lugares.
– Você está bem, Leilani? – Perguntou uma delas.
Ela assentiu enquanto olhava para o final da lanai. Logo atrás de um par de tochas, ela viu uma sombra.
Ela apertou os olhos, tentando ver quem era. O fogo dançava como se a provocasse, bloqueando sua visão. A figura se moveu e ela pulou para trás enquanto as memórias passavam por sua mente.
Pneus gritando. O Sammy chorando. Girando e virando de cabeça para baixo. O barulho do metal. O vidro quebrando. Fogo ardente. Então… ele.
Cabelos dourados emergindo da fumaça. Fogo ardente na forma de asas de anjo saindo de seu corpo perfeitamente esculpido. Olhos de safira a olhando ternamente.
Não! Agora não.
Ela pressionou as palmas das mãos contra os olhos, empurrando as memórias de volta para onde pertenciam, no pequeno canto de sua mente, enterradas.
Era o mesmo sonho que tinha todas as noites desde o acidente e levou meses para que finalmente parassem.
Ela não sabia por que sonhava com Jeremy. O idiota nem se deu ao trabalho de checá-los. Ele foi embora sem uma palavra.
Ela e Sammy estavam melhores sem ele. Era estúpido pensar que o Garoto de Ouro alguma vez se importara com eles. Ele era apenas outro haole idiota.
A música ficou mais alta e ela desviou os olhos da figura atrás do fogo. Provavelmente era outro turista estúpido com a mesma forma de corpo. Ela não tinha tempo para pensar no passado.
Esta era sua vida agora.
2
Jeremy olhou para o estacionamento. Ele estava no lugar errado?
Ele voltou para a praia, refazendo os passos. A mesma trilha estava lá, mas no momento em que saiu da densa folhagem, seu pé pisou no asfalto preto em vez da porta da frente da cabana de taco.
Ele franziu a testa.
Não estava mais lá. Tudo sumira. Não havia mais nada para ele? O único lugar que sabia que poderia encontrar paz, um lugar para esquecer que era um arcanjo, agora era um estacionamento cheio veículos e carros esportivos como o rosa berrante, parado perto da porta da frente do restaurante.
O que ia fazer agora? Ele vagou sem rumo pelo Texas, depois pelo Novo México. Ele não tinha certeza do porquê. Cada lugar o lembrava do olhar frio nos olhos de Naomi quando ele fora embora.
Quando se viu voando em direção a Nevada, a voz de Gabrielle sussurrou no fundo de sua mente, o alertando. Então, ele partiu para o lugar que mais se sentia em casa: Kauai.
Uma brisa soprou e o cheiro de comida flutuou no ar, fazendo seu estômago roncar. Ele prometeu permanecer em sua forma humana enquanto estivesse na ilha. Ele queria ser anjo o mínimo possível, mas isso também significava que tinha que se alimentar constantemente.
Seu coração tremeu ao se lembrar das bochechas gordinhas de Sammy sorrindo enquanto lambia os dedos ao comer seus tacos especiais de uma carne misteriosa.
Agora tudo sumiu. Talvez ele devesse ficar do outro lado da ilha, não sabia por que queria ficar ali.
Ele soltou um suspiro frustrado enquanto passava a mão pelos cabelos soprados pelo vento.
Claro que ele sabia o porquê. Ele queria checar Sammy e Leilani. Ele queria ter certeza de que estavam bem.
Foi estúpido, pensar que a cabana ainda estaria ali. Claro que não. Quem poderia assumir o lugar depois da morte de Lani e Samuel? Sammy e Leilani eram apenas crianças.
Seu estômago roncou novamente.
Tudo bem, tudo bem. Hora do jantar. Ele deu um tapinha no estômago enquanto se dirigia ao restaurante.
Quando se aproximou da entrada, ele riu da enorme placa na parede ao lado das portas duplas.
Ao lado das palavras Restaurante da Candy havia uma caricatura de Candy Hu em um traje de hula. Um balão de texto saindo de sua boca dizendo: "Você vai amar a nossa comida!"
Ele esperava que Leilani não soubesse nada sobre esse lugar. Talvez eles tivessem sorte e sua tia os tivesse levado para morar em outro lugar, a mataria ver isso.
– Aloha! Bem-vindo ao Candy! – Disse uma recepcionista vestindo uma blusa e um sarongue enquanto corria em sua direção. – Você pode esperar o resto da sua turma no bar.
– Sou só eu.
– Oh, sério? – Ela tocou a corda do seu biquíni.
– Sim.
– Bem, só me seguir, então. – Ela piscou antes de se virar, indo para o restaurante. – Vou levá-lo para a melhor mesa da casa. Fica bem na frente do palco. Temos um show de hula hoje à noite. Você vai adorar – ela disse, enquanto se dirigiam para a varanda.
– Espera. Se você não se importa, eu gostaria de algo mais particular. Talvez uma mesa atrás?
Ela adorou isso, agitando os cílios. – Claro.
Droga. Ela provavelmente pensou que ele queria ficar a sós com ela.
Levou algumas manobras e fingir estar absorvido pelo menu antes que a garota finalmente entendesse a dica e o deixasse em paz. Felizmente, o garçom foi eficiente e trouxe sua refeição rapidamente.
Ele mordeu o hambúrguer. Era bom, mas não tão bom quanto os hambúrgueres que a mãe de Sammy fazia.
Seus olhos examinaram a multidão. O lugar estava cheio de famílias, principalmente turistas. Todos estavam sorrindo e se divertindo. Ele era o único sentado sozinho. Por alguma razão, isso o incomodou.
Ele deu outra mordida na comida. Bem, ele tinha que se acostumar a ficar sozinho agora. Não havia como ele voltar para casa.
Ele ouviu uma risada aguda e familiar e quase se engasgou.
Candy está aqui?
Ele se levantou e viu Candy Hu conversando com um grupo de rapazes perto do palco. Claro que ela estava lá, o restaurante tinha o nome dela. Ele observou a parte de cima do biquíni justo que mal a cobria.
Bem, ela certamente cresceu.
Seu coração bateu mais rápido. Se Candy estava aqui, talvez, apenas talvez…
Afastando-se de sua mesa, ele examinou a área com cuidado, desta vez procurando pelos familiares cabelos espetados e olhos castanhos.
Música saia pelos alto-falantes perto de sua mesa. Candy gritou, correndo para o palco. A música mudou e uma voz cantou. Candy dançou pelo palco, seguida por um grupo de garotas. As meninas estavam vestidas da mesma forma, vestindo um sarongue vermelho e uma flor branca escondida atrás da orelha direita. O movimento dos braços e o balanço dos quadris eram encantadores.
Leilani deveria estar lá em cima. Ela deveria estar no centro do palco.
– Sim, gata! – Um dos caras na mesa gritou.
Pensando melhor …
Jeremy franziu a testa enquanto olhava para a mesa de rapazes que Candy estava flertando. Ele se sentiu mal pelas meninas. Os idiotas cheios de testosterona não apreciavam a beleza de sua dança. A música, a luz, o movimento ‒ era angelical.
Ele engoliu em seco, empurrando o nó na garganta. Elas eram como anjos, seus braços como asas. Elas eram tão graciosas, do jeito que seus braços se erguiam e caíam como se dançassem no ar, especialmente no final.
Eu a conheço! Ele deu um passo à frente, mantendo os olhos na jovem.
Não poderia ser ela.
Poderia?
Ele ficou congelado ao lado de um par de tochas flamejantes enquanto a voz cantava sobre o amor de Kalua. O torso esbelto da jovem balançava enquanto braços delicados acenavam, imitando as ondas do oceano. Cabelos grossos e escuros repousavam em seu ombro, brilhando como seda preta. Seus lábios de rubi estavam ligeiramente abertos, como se estivessem prontos para um beijo. Ela estava perdida na música, olhando para baixo como se estivesse perdida em um sonho.
Ele esfregou os olhos, sabendo perfeitamente que não havia nada de errado com sua visão angelical. Ele podia ver todos os cílios escuros, todas as curvas sensuais de seus lábios e todos os poros em seu adorável rosto.
Ele esperou com a respiração suspensa enquanto a jovem levantava a cabeça. Cílios longos se ergueram lentamente e olhos castanhos cheios de alma olhavam para a platéia.
Leilani.
Ela conseguiu. Ela estava fazendo o que sempre quis fazer, estava dançando.
Ele ficou hipnotizado. Mesmo quando ela voltava para trás, permitindo que Candy ocupasse o centro do palco, ele não conseguia tirar os olhos de Leilani. Algo dentro dele se mexeu.
Não. Isso não.
Imediatamente ele deu um passo para trás, sacudindo os sentimentos malucos que corriam desenfreados através dele.
Ele estava apenas solitário. Sim, era isso que estava sentindo. Leilani fora uma boa amiga e Sammy também. Ele estava lá apenas para garantir que eles estavam bem. Agora que viu que ela estava bem, ele poderia ir. Leilani nunca deixaria nada acontecer com seu irmãozinho.
A música parou e a multidão rugiu com aplausos.
Pronto. Acabou. Estava na hora de ele partir, no havia razão para ficar. Ele viu o que precisava ver.
Ele virou-se, pronto para seguir para o outro lado da ilha, quando um garoto magro com olhos azuis bebê e manchas de chocolate nos cantos da boca o bloqueou.
– Jeremy?