Um Natal Terrível

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Um Natal Terrível
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UM NATAL TERRÍVEL
AMANDA MARIEL

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, organizações, lugares, eventos e incidentes são produtos da imaginação do autor ou usados ficticiamente.

Copyright © 2018 Amanda Mariel

Todos os direitos reservados.

Traduzido por Maria Regina Barbuta

Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida sob quaisquer formatos ou através de qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outros, sem a permissão expressa por escrito do editor.

Para Brooklyn. Obrigada por ser um amigo conspirador!

TÍTULOS DE AMANDA MARIEL

Série Damas e Vagabundos
Esquemas Escandalosos
Escandalosas Intenções
Escandalosa Redenção
Escandalosa
Ligação Escandalosa (em breve)
Série Amores Fabulosos
Enfeitiçada pelo Conde
Aprisionada pelo Capitão
Encantado por Lady Eliana
Fascinada pelo Duque
Série Lady Archer’s Creed
**Amanda Mariel escrevendo com Christina McKnight**
Theodora
Georgina
Adeline
Josephine
Série O Escândalo Encontra o Amor
Ame Apenas a Mim
Encontre-me, Amor (em breve)
Série O Beijo de um Patife
Um Patife Perfeito
His Perfect Hellion (em breve, título em inglês)
Títulos Independentes
Love's Legacy: De Wolfe Pack Connected World (edição em inglês)
Um Encontro ao Luar
Um Beijo Encantado (Legado Perpétuo Livro 2)
em breve
Um Natal nos Braços do Duque
O Clube dos Condes Imorais
**Títulos de Amanda Mariel**
O Conde de Grayson
em breve na série O Clube dos Condes Imorais
Earl of Edgemore (edição em inglês)
Série Conectados por um Beijo (série conjunta)
**Concebidos de forma a serem lidos isoladamente**
Como Beijar um Canalha (Amanda Mariel)
Um Beijo no Natal (Christina McKnight)
Desejando um Beijo (Dawn Brower)
Roubando o Beijo de um Patife (Amanda Mariel)
em breve na série Conectados por um Beijo
O Beijo da Cigana (Dawn Brower)
A Duke’s Christmas Kiss (Tammy Andresen) (edição em inglês)
Coleções e Antologias
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PRÓLOGO

Dezembro de 1815, Yorkshire

Adam enrolou uma mecha do cabelo sedoso de Cristiana nos dedos enquanto ela se aninhava sobre o seu peito. Ele deveria sair da cama dela e retornar ao castelo de Danby. Nunca, em toda a sua vida, havia ficado abraçado a uma mulher após se deitar com ela. Entretanto, algo em Cristiana o fazia se sentir seguro. Talvez o fato de ela ser viúva ou, o que era mais provável, o fato de ela não desejar um marido.

Ele inalou o perfume de baunilha e lilases dela.

– Conte-me sobre o seu marido? – Uma repentina curiosidade o tomou e, antes que pudesse se conter, a pergunta já pairava no ar entre eles.

Cristiana enrijeceu-se por um momento antes levantar o queixo para encará-lo.

– O que gostaria de saber?

Adam sorriu, esfregando as costas nuas dela e saboreando a maneira como ela relaxava quando ele fazia isso.

– Nada, suponho. Apenas uma curiosidade momentânea.

Ela se apoiou sobre um cotovelo, estreitando os olhos e especulando.

– E agora, a curiosidade passou?

Adam riu baixinho.

– Percebo que não é da minha conta.

– Talvez não. – Ela depositou um beijo no peito nu dele. – Mas vou esclarecê-lo, de qualquer maneira.

– Não precisa. – Ele sustentou o caloroso olhar azul-acinzentado dela. De fato, não deveria ter perguntado. – Não tenho desejo algum de fazê-la reviver lembranças desagradáveis.

– Não que ele me maltratasse. – Cristiana se deitou novamente, e sua face descansou sobre o peito de Adam. – A nossa relação não foi a de um grande amor mas, de qualquer modo, tínhamos carinho um pelo outro. Jonathan foi bom para mim, e eu para ele.

– Então, o que a impede de querer se casar de novo? – Adam se viu totalmente confuso. A maioria das mulheres, ou pelo menos todas as que conhecia, desejava se casar. Se a experiência anterior dela foi agradável, ele não via motivo para ela evitar um segundo casamento. Estaria tentando enganá-lo? O receio fez com que ele sentisse um calafrio percorrê-lo enquanto aguardava a resposta dela.

– Eu lhe disse que nossa união foi agradável, não ideal. Jonathan era um soldado. Nós nos casamos quinze dias antes de ele ser chamado ao dever. Nas ocasiões em que voltava para casa, passávamos muito pouco tempo juntos. Foi uma existência solitária… ainda mais agora. Como sabe, ele morreu em Waterloo.

– Posso imaginar como tal existência deve ser difícil.

– De fato. – Cristiana espalmou a mão sobre o peito quente de Adam e seus dedos brincaram com os pelos finos. O calor substituiu o frio que ele sentira anteriormente. – Depois do meu luto, decidi permanecer viúva. A situação me permite uma certa liberdade e indulgência não desfrutadas por outras mulheres. Isso garante que eu nunca mais me sinta sozinha de novo.

Não havia tristeza na voz dela; ela não chorou nem se aninhou mais nele, mas, ainda assim, seu coração doía pelo que ela havia passado. Estava claro que o casamento dela havia deixado uma cicatriz, apesar de Cristiana tê-lo chamado de agradável. Teria ela sido uma criança solitária, também? Ele não lhe perguntaria, porque já a havia questionado mais do que deveria.

Adam a rolou até que ela estivesse debaixo dele; então, encontrou o olhar dela, que estava cheio de paixão.

– Nesse caso, é meu dever garantir que você não se sinta solitária hoje à noite. – Ele levou os lábios aos dela, beijando-a profundamente enquanto pressionava seu pênis no sexo molhado dela.

Cristiana envolveu as pernas ao redor dos quadris dele, gemendo baixinho enquanto o acompanhava, impulso por impulso. Ela passou os dedos sobre as costas dele e beijou seu peito, fazendo com que espirais de calor e desejo o percorressem.

Ele aumentou o ritmo, e os gritos dela vinham cada vez mais rápido enquanto ele tomava aquilo de que precisava. Em pouco tempo ela gemeu o nome dele, e sua cabeça desabou sobre o travesseiro novamente. Ela permaneceu deitada debaixo dele, ofegante, com um sorriso sensual no rosto. Adam capturou os lábios dela em um beijo ardente enquanto obtinha o próprio prazer.

Rolando na cama e saindo dela, ele a puxou para os seus braços. Ele a segurou por longos momentos enquanto recuperavam o fôlego, e seus corações batiam no mesmo compasso. Se estivesse querendo se casar, ele a procuraria.

O pensamento o aterrorizou, fazendo o medo percorrer as suas veias. Aquele era um assunto perigoso. Que ele precisava evitar.

– Cristiana.

– Sim.

– Voltarei para Londres em breve.

– Eu sei. – Ela apertou mais a mão que o segurava. – Estou aproveitando a sua presença ao máximo enquanto ainda o tenho.

A garganta de Adam se apertou. Estava achando muito mais difícil se afastar dela do que deveria.

– Estarei bem ocupado durante o resto da minha estadia… ocupado demais para vir vê-la novamente.

– Que bobagem. Você me disse que ficaria em Yorkshire até depois da Noite de Reis. – Ela acariciou delicadamente o abdômen dele. – Uma quinzena, a partir de hoje. Certamente você encontrará uma razão para se esgueirar e me ver.

Claro, ele podia, e a tentação que ela representava quase o fez mudar de ideia. Maldição, por que tinha que vir e desenvolver sentimentos por ela? Não havia outra escolha a não ser acabar com a relação deles antes que seus sentimentos por ela se tornassem algo mais profundo.

– Temo não poder. Danby tem muitos planos e exige a minha presença. Na verdade, minha presença foi solicitada no castelo esta noite.

Cristiana não discutiu enquanto se afastava dele, mas também não pareceu satisfeita. Ela se virou para ele, e seus lábios formaram um beicinho experiente.

– Se você deve, não tentarei impedi-lo.

Ele se levantou da cama e se vestiu antes de se voltar para ela.

– Apreciei muito o nosso tempo juntos. Nunca duvide disso. – Ele depositou um beijo na testa dela. – Adeus.

Ela não disse nada, apenas olhou para ele enquanto ele se virava para partir.

CAPÍTULO UM

Dezembro de 1817, Yorkshire

 

Adam Brighton, visconde de Radcliffe, entrou no escritório do duque de Danby com uma sensação de aperto em seu íntimo. Seu tio-avô o convocara até o castelo de Danby havia duas semanas, deixando-o sem nenhuma escapatória. Adam fizera o possível para evitar o duque e conseguiu permanecer em Londres no ano anterior mas, nesse caso, foi inevitável. Danby prometera ir a Londres caso Adam não fosse a Yorkshire. Um risco que Adam não queria.

Adam se acomodou na cadeira que Danby indicou e então enfrentou o olhar de seu tio-avô. Ele havia envelhecido nos últimos dois anos, mas ainda mantinha uma boa saúde. E, com base na mistura de preocupação e malícia presentes em seus olhos, Danby planejava concentrar bastante atenção intrometendo-se nos assuntos de Adam naquela temporada de Natal.

– Diga-me, como tem passado? – Danby deu um sorriso jovial.

A disposição alegre de Danby não enganou Adam. Danby era um homem formidável, e ele bem sabia disso. Adam não havia sido convocado para o castelo para discutir como estava. Mesmo assim, ele retribuiu o sorriso de seu tio.

– Estou bem.

– Os rumores sobre o seu comportamento pouco desejável, como beberrão, desordeiro e mulherengo, chegaram até aqui, em Yorkshire. – Danby se inclinou para a frente, estudando Adam com nítidos olhos azuis. – Acredito que a hora de você se casar está chegando.

Ali estava. A verdadeira razão de Danby exigir a presença de Adam – e a coisa que ele mais queria evitar. Adam soltou um suspiro.

– Não estou pronto para ser algemado.

De alguma forma, Adam escaparia dos esforços de casamenteiro de Danby. Ele poderia não ter tido escolha se iria ou não até o castelo mas, com certeza, teria algo a falar sobre quem e quando se casaria. Adam não se importava em pensar sobre quem, naquele momento, porque o quando não ocorreria por mais alguns anos. Não se encontrava pronto para abandonar a sua liberdade ainda – independentemente do que o seu tio exigisse.

– Bobagem. – Danby o olhou, com expressão fechada. – Uma boa mulher é exatamente aquilo de que você precisa.

– Não serei forçado a me casar. – Adam devolveu o olhar severo.

– Você permanecerá aqui durante a temporada de Natal e participará das festividades. Além disso, exijo que passe algum tempo com lady Edith Voss.

– Tio…

Danby moveu a mão de modo autoritário, enquanto continuava dando as suas ordens.

– Ela é uma menina doce e afável. A própria imagem do decoro e exatamente o que você precisa.

Adam podia pensar em várias coisas de que precisava, nenhuma delas incluía uma dama adequada, escolhida pelo seu tio-avô. No minuto em que terminasse aquela conversa, ele procuraria uma bebida forte e a companhia de uma mulher disposta – uma que ele escolhesse. Talvez fizesse uma visita a Cristiana. Não a viu em dois anos. Será que ainda a encontraria como a viúva disposta e lasciva que era, quando a visitou pela última vez?

– Adam. – Danby dirigiu-lhe o seu perscrutador olhar azul.

– Estou ouvindo.

Danby apertou os lábios até formar uma linha apertada.

– Estou, de verdade. É seu desejo que eu passe algum tempo com lady Edith Voss, e assim farei. – O que Adam não conseguiu transmitir foi que ele não passaria mais tempo do que o necessário com a dama, e que certamente não a cortejaria.

– Ótimo. – Danby recostou-se na cadeira. —Você está dispensado.

Adam não perdeu tempo, afastando-se às pressas do escritório e das exigências do duque. Atravessou rapidamente os corredores, desceu as escadas e saiu para buscar o seu cavalo. Até mesmo um uísque poderia esperar, pois quanto menos tempo ele passasse no castelo de Danby… melhor.

Ele cavalgou sem descanso pela zona rural de Yorkshire até chegar à casa de Cristiana. Por ele, ela o receberia com a mesma paixão que lhe concedera no passado. Visões do corpo exuberante dela encheram sua mente, e ele se perguntou por que se despedira dela tão precipitadamente.

Ele e Cristiana desfrutaram de um caso tórrido. Sem fazer exigências um do outro. Ambos dispostos e selvagens. Ele passara a maior parte das noites na cama dela naquele Natal, e vários dias ao lado de seu calor. Ela ainda se mostraria uma ótima fuga para a presença de Danby? Ou muito tempo havia se passado? Fazia dois anos desde que ele a vira pela última vez. Talvez ela tivesse se casado novamente.

Havia apenas uma maneira de encontrar as respostas que procurava. Adam subiu os degraus da varanda, dois de cada vez, e depois bateu na porta. Na pior das hipóteses, ele encontraria outra mulher para se distrair.

A sólida porta de carvalho se abriu, revelando o mordomo de Cristiana.

– Milorde. – O homem de cabelos grisalhos fez uma reverência.

Adam assentiu enquanto estendia o cartão de visitas.

– Vim ver lady Cristiana.

– Ela não está em casa.

– Quando voltará? – Adam estudou o homem, sabendo muito bem que ele o havia reconhecido. Como não poderia, depois de Adam ter passado tanto tempo ali?

– Ela saiu neste Natal.

Adam apertou os lábios e olhou para o mordomo.

– Para onde?

– Não tenho liberdade para lhe dizer, milorde. – O mordomo recuou e começou a fechar a porta.

– Espere. – Adam estendeu a mão, colocando-a contra o batente da porta para impedir que o homem a fechasse. – Gostaria de surpreendê-la. Certamente ela não se importaria se você me apontasse na direção certa. Você está bem ciente do nosso… – ele limpou a garganta – conhecimento.

A expressão do mordomo tornou-se severa.

– Certamente não estou. Bom dia, senhor.

– Muito bem, então. – Adam largou a mão do batente da porta, virou-se e caminhou em direção ao seu cavalo. O clique do fechamento da porta chegou aos seus ouvidos antes mesmo que ele alcançasse o primeiro degrau da varanda. Adam não se ofendeu. Não foi a primeira vez em que havia sido rejeitado, e ele duvidava que seria a última. Nenhum caso durava para sempre. Um fato que lhe convinha muito bem. Pelo menos naquele momento de sua vida.

Ele virou o cavalo e olhou para a casa. A agitação de uma cortina no segundo andar chamou a sua atenção e ele olhou mais atentamente. Nada. Então, ela estava lá. Cristiana olhou para o caminho por um instante antes de a cortina voltar ao seu lugar, cobrindo a janela.

De repente, tudo estava tão estranho. Por que o serviçal de Cristiana achara tão ofensiva a menção de Adam sobre o tempo em que estivera com ela? Ainda mais estranho ela fingir estar longe quando claramente não estava. Talvez ele estivesse errado sobre o tempo que compartilhara com ela. Ele a havia deixado com o coração partido?

Não. Cristiana tinha sido mais irredutível do que ele quando dizia que eles não tinham uma ligação. Ela não tentou impedi-lo de ir embora, nunca declarou nenhum sentimento por ele. Eles concordaram em ter um caso e nada mais. Ambos conseguiram o que queriam do arranjo.

Só restava uma explicação. Cristiana seguiu em frente com a sua vida, assim como todas as suas antigas amantes. Adam iria tirá-la da mente e encontrar outra distração.

Ele cavalgou até a cidade, procurando refúgio da presença de seu tio na Sword and White Rose. Adam se sentou em uma cadeira em uma mesa de canto. A estalagem e taberna local seria o local perfeito para tomar uma bebida forte e encontrar uma mulher calorosa. Mais importante, Danby não o procuraria ali.

Não demorou muito para uma rapariga de seios grandes atravessar o seu caminho. Adam a saudou juntamente com seu segundo copo de uísque. Ela agora se contorcia em seu colo, provocando o seu desejo. Ele rodou o licor restante em seu copo e o bebeu antes de sussurrar no ouvido dela.

– Que tal continuarmos lá em cima?

Ela se virou para ele, e seus olhos de corça encontraram os dele enquanto ria.

– O prazer é meu.

Ele a levantou do colo, dando um tapinha no traseiro dela. De pé, Adam colocou o braço em volta da cintura dela e, em seguida, a conduziu para as escadas, desviando-se das mesas e dos outros clientes enquanto seguiam em seu caminho. As conversas enchiam a sala juntamente com algumas versões bêbadas de músicas favoritas, mas ele não prestou atenção em nada disso. Seu foco estava em uma coisa – deitar-se ao lado daquela coisinha doce.

Ela se agarrou ao braço dele, rindo e lançando olhares sugestivos para ele enquanto seguiam. Quando chegaram nas escadas, ele congelou. Uma conversa próxima despertou seu interesse.

– Mary me disse que o bebê é de lady Kendal – disse uma voz masculina nas proximidades.

Ele ouvira direito? Cristiana teve um bebê? Ele balançou a cabeça e, em seguida, concentrou toda a sua atenção na conversa próxima.

– Quem é Mary? – questionou uma voz mais grave.

A companhia de Adam puxou o seu braço.

– Vamos.

– Shhh… – Adam procurou os homens que conversavam enquanto continuava a escutar. Eles estavam vestidos com roupas das classes mais baixas e estavam espremidos em uma mesa próxima. Um era musculoso, com cabelos castanhos, e o outro, magro e loiro. Quem eram e do que estavam falando? Que bebê?

– Mary é uma criada que a dama empregou. Ela também é a mulher que estou cortejando – disse o homem de cabelos castanhos.

– Então, quem é o pai?

O homem de cabelos castanhos tomou um gole e depois se inclinou para mais perto do outro. Com voz baixa, ele disse:

– Ninguém sabe ao certo, exceto a senhora. Mary me disse que é a filha bastarda de um dos parentes do duque de Danby.

O outro homem riu.

– Imagine como o duque se sentiria se soubesse?

– Ele tiraria uma daquelas licenças especiais e exigiria um casamento – riu o homem de cabelos castanhos.

Tendo ouvido mais do que o suficiente, Adam retirou a mão da mulher de seu braço. Ele encontrou o olhar confuso dela e disse:

– Outra hora.

Ela fez um beicinho com seus lábios tentadores.

– Posso não estar disponível.

Ele deu um passo em direção aos homens.

– Seja como for, há outra coisa de que devo tratar. – Ele se virou, foi até a mesa dos homens e tomou uma cadeira entre eles.

O loiro estreitou os olhos.

– Nós não o convidamos para se juntar a nós.

Adam olhou para trás, e seu próprio olhar se estreitou.

– Sua conversa me convidou. Vamos continuá-la em algum lugar privado.

– Acho que não – disse o homem de cabelos castanhos.

Adam tentou outra tática.

– Vou lhe pagar pela informação que quero.

– Quanto? – O loiro estudou Adam.

– Uma libra. – Adam enfiou a mão no bolso e jogou uma nota de uma libra sobre a mesa.

O homem loiro a agarrou, mas o seu companheiro o deteve, segurando a mão dele no ar antes de olhar para Adam.

– Uma libra para cada um, ou não lhe falamos nada.

Adam recostou-se, fingindo tédio.

– Parece muito exorbitante, já que não tenho quaisquer garantias de que a informação será relevante.

– Você é parente do duque? – perguntou o homem loiro.

– Você passou algum tempo com lady Cristiana? – acrescentou o homem de cabelos castanhos.

Adam olhou para a porta.

– Uma libra para cada um, para continuarmos esta conversa lá fora.

– Como quiser, mas nos pague primeiro. – exigiu o de cabelos castanhos.

Adam se levantou e jogou outra nota de libra sobre a mesa. Os homens apanharam avidamente as notas antes de segui-lo para fora. Adam fechou bem o casaco para se proteger do ar frio de inverno enquanto deixava que os homens passassem. Quando nenhum dos dois falou, ele lançou um olhar duro na direção deles.

– Contem-me sobre o bebê sobre o qual estavam discutindo.

– Não há muito a dizer. A senhora desapareceu durante alguns meses depois do Natal, dois anos atrás. Foi para a França por um tempo e, quando voltou, trouxe um bebê com ela – disse o homem loiro.

Adam deu um passo em direção ao homem.

– E sobre os rumores?

– Deixarei isso com ele. – O homem loiro olhou para o amigo, que deu de ombros.

– Ela alegou que foi uma criança abandonada que adotou. – O homem de cabelos castanhos olhou novamente para a entrada da pousada. – Todos pareceram acreditar na história.

Adam franziu o cenho.

– E a verdade?

– A verdade? – O homem levantou uma sobrancelha.

O sangue de Adam esquentou. Ele se adiantou, agarrando o homem pela lapela e o empurrando contra a parede da construção.

– Pare de fazer joguinhos.

– Uma das criadas dela disse que estava lá durante o nascimento. Não é uma criança abandonada, mas o próprio bebê da senhora. – O homem esperneou.

Adam o imobilizou com mais firmeza.

– E o pai da criança?

– Ela disse que pertence a um dos sobrinhos de Danby.

– Quantos anos tem a criança?

 

– Eu não saberia dizer.

– Dê um palpite. – Adam o sacudiu antes de pressioná-lo contra o prédio.

O homem o olhou com olhos arregalados.

– Talvez um ano… um pouco mais velha.

O sangue de Adam gelou. Cristiana teve um bebê – seu bebê. Tudo fazia sentido agora. Ela o mandou embora para esconder o seu segredo. A fúria retornou, seu coração martelava enquanto soltava o homem. Que direito ela tinha de esconder o filho dele? Ela acreditava honestamente que ele não descobriria a criança? Que ele não tinha direito ou motivos para saber que era pai?

Bom Deus! Ele era pai.

O estômago de Adam se revirou, a vertigem o deixou atordoado enquanto se voltava para o cavalo. Ele não podia ser pai. Crianças vinham após o casamento. A última coisa que Adam desejava era se algemar em um casamento. Ainda não, não agora. Mas estava ali – uma criança – seu filho ou filha.

Não podia ser.

Tinha que haver outra explicação.

Ele montou o seu cavalo e cavalgou em direção à casa de Cristiana. Ela o receberia, desejasse ou não. Ele não lhe daria um momento de paz até que ela lhe explicasse que diabos estava acontecendo. E não até que visse a criança com os seus próprios olhos.

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